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sábado, setembro 17, 2005

LIVRE FRONTAL
"O Valor Moral e Social do Futebol"

Pierre de Coubertin, o pai dos Jogos Olímpicos Modernos

Após os recentes incidentes que, teimosamente, insistem em repetir-se no futebol e blogosfera portuguesa, tenho por conveniente a ideia de reproduzir aqui um artigo de Pierre de Coubertin, o pai dos Jogos Olímpicos Modernos e um dos maiores impulsionadores das práticas desportivas, em 1888, de título "O Valor Moral e Social do Futebol". A certa altura, após ter observado a educação desportiva ministrada nos colégios ingleses, o autor da Pédagogie Sportive, escreve:

"O perfeito futebolista deve a todo o instante da partida estar pronto a receber a bola, passá-la, a correr, a decidir-se, a parar e a obedecer. Contai, peço-vos, sem falar de qualidades físicas, olhai quantas qualidades morais são assim colocadas em contribuição: a iniciativa, a preserveração, o julgamento, a coragem, o domínio de si próprio, e reconhecereis que o jovem ante o qual é colocado tal programa está situado para muito fazer na via dos aperfeiçoamentos. É preciso reflectir nestas coisas para compreender as palavras que uma vez me dirigiu um professor de Harrow: 'Mais gostaria de faltar a duas aulas dos meus alunos do que a uma só destas partidas'. Já citei estas palavras características: elas estão carregadas de exagero e talvez ultrapassem o pensamento do próprio professor, mas como não verificar que elas contêm uma grande verdade? A instrução refaz-se. O carácter não!

A todo o instante apresentam-se ocasiões para se apossar da bola, de ganhar terreno, mas a menor hesitação fá-la escapar e muda-lhe as possibilidades. Um bom jogador sabe sempre como estão dispostas as forças da sua equipa e as da equipa adversária. Ele julga onde está suficientemente apoiado, num instante, ele calculará as consequências de uma paragem. Rápido. Um golpe de vista mostra-lhe a qual dos seus companheiros convém passar a bola.

Os seus esforços tiveram êxito. A sua equipa já perdeu vários pontos? O desencorajamento é como a luz: a sua rapidez de transmissão é fulminante. Um pouco de lassidão num jogador de elite, um abrandamento dos seus movimentos, uma palavra que lhe escapa chega para o levar à derrota. Mas não!
Ele vai redobrar de ardor e os camaradas ao vê-lo retomarão a confiança. Uma falta acaba de ser cometida e ele está quase a reclamar, mas o capitão nada disse. O árbitro não apitou. Era um livre ou uma grande penalidade a seu favor. Que pena! O pensamento de que o árbitro é injusto atravessa-lhe o espírito: ele afasta-o e continua a cumprir o seu dever até ao final da partida.

Então, ele pode sentir justamente que nem uma vez teve medo, que nem uma vez sacrificou a sua equipa a favor de uma proeza individual e ficará contente consigo próprio.

Ninguém me tirará da ideia que um jovem que passou por isto não esteja melhor preparado do que qualquer outro para o futebol da vida".

Artigo de Rui Silva
Publicado às 00:02


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