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domingo, maio 29, 2005

TAÇA PORTUGAL
V.Setúbal conquista o troféu

Jamor foi o culminar de uma caminhada notável.
Vitória vence com todo o mérito.


Benfica 1-2 V.Setúbal
(Simão (g.p.), 4'; Manuel José, 26', Meyong, 73')

Afinal, foi o V.Setúbal a festejar no Jamor, 38 anos depois da sua última vitória. Os sadinos venceram por duas bolas a uma e acabaram por justificar o triunfo por inteiro, pois foram sempre melhor equipa que os recentemente proclamados campeões nacionais e souberam aproveitar as carências defensivas destes. O jogo em si não foi um grande espectáculo de futebol, mas a equipa de José Rachão esteve tacticamente perfeita, acabando por retirar dividendos dessa postura sobre o relvado.

O Benfica apresentou algumas mudanças na defesa, com Moreira, Alcides e Fyssas como novidades. Por seu turno, José Rachão apresentou a equipa tipo dos sadinos. Curiosamente, ambas as equipas actuaram com esquemas tácticos idênticos - 4x2x3x1.

O Setúbal entrou melhor na partida e dominou durante os três minutos iniciais. Todavia, na primeira vez que passou a linha divisória, o Benfica saiu rápido no contra-ataque que resultou numa grande penalidade. Geovanni, isolado, dominou mal a bola mas ainda conseguiu "cavar" a grande penalidade - Moretto foi "anjinho" mas ficou a sensação que se tratou de uma má decisão de Paulo Costa. Na transformação da grande penalidade, Simão Sabrosa rematou exemplarmente, sem hipóteses para o guarda-redes brasileiro. Corria o minuto quatro...
Nos minutos subsequentes, o Vitória continuou a mandar na partida, embora sem nunca conseguir criar grande perigo. Por volta dos vinte minutos, a toado do jogo baixou bastante, muito por culpa da equipa encarnada, que tentava gerir a vantagem. No entanto, quando menos se esperava, o Vitória de Setúbal chegou ao golo: grande jogada de Jorginho, com Manuel José a surgir na insistência e a rematar cruzado, sendo que a bola tabelou em Ricardo Rocha e aninhou-se nas redes de Moreira. Face ao desenrolar da partida, este golo acabou por conferir alguma justiça ao resultado.
Até ao intervalo, os sadinos foram mais equipa e criaram os melhores lances, enquanto o Benfica só criou verdadeiro perigo no último minuto da partida.

Na etapa complementar, a toada de jogo manteve-se, com uma e outra equipa a dominarem a espaços. O primeiro lance de perigo surgiu apenas aos 64 minutos, com Manuel Fernandes a proporcionar uma grande defesa a Moretto.
Oito minutos volvidos, depois de já ter ameaçado num ou noutro lance, o Vitória chegou ao golo do triunfo: grande remate de Ricardo Chaves na cabeça da área, com Moreira a defender para a frente e Meyong, rapidíssimo, a marcar na recarga - um golo que o camaronês já merecia.
Até final, Trapattoni ainda tentou o "tudo por tudo", colocando Mantorras e Delibasic na frente de ataque, mas a equipa reagiu sempre com pouco discernimento. Auri e Hugo Alcântara estiveram intransponíveis, mantendo a preciosa vantagem dos sadinos e levando a festa ao povo de Setúbal presente nas bancadas do Jamor. Foi uma festa bonita...
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Melhor em Campo para o 'Livre Indirecto':

Manuel José - grande jogador. Provavelmente, o melhor elemento da melhor equipa que esteve esta tarde no Jamor. A meias com Ricardo Rocha, marcou o primeiro golo dos sadinos. Explorou como ninguém o flanco de Fyssas e ajudou Éder a fechar Simão Sabrosa. Saiu esgotado quando a equipa já se encontrava em vantagem. Um grande reforço do Boavista para a próxima temporada.
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No cômputo geral, o Vitória de Setúbal alcançou uma vitória inteiramente justa, logrando conquistar o seu terceiro troféu. O clube da Luz, depois de uma semana de festejos, acabou por demonstrar diversas lacunas e talvez seja por isso que não marca um golo de bola corrida desde o passado dia 3 de Abril. A equipa apresentou-se algo apática e acabou por falhar a décima dobradinha do seu historial. Os encarnados nunca conseguiram pegar no jogo e sentiram muito a ausência de Luisão e a - discutível - titularidade de Fyssas do lado esquerdo. Aí, José Rachão "venceu" tacticamente a partida, explorando sempre bem os flancos - principalmente o do grego. Muito mais que a medíocre arbitragem de Paulo Costa, ficará para a história uma grande vitória do Vitória de Setúbal, vencedores da Taça de Portugal de 2005, depois de uma grande caminhada até à final do certame...

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 20:01


sexta-feira, maio 27, 2005

BLOGOBOLA
Classificação Final




BlogoBolaHabemus campeão! 28 jornadas depois, o concorrente 'Gaijo do Pobo' bateu toda a concorrência por larga margem. Mas foi um passatempo muito renhido, especialmente nos meses de Fevereiro e Março. Prémio? O prémio foi a "convivência" e a competição saudável entre todos os que semanalmente aqui deixaram os seus palpites, o que ajudou também a "relaxar" um pouco das rivalidades e discussões do foro desportivo. Definitivamente, um sucesso à escala da blogosfera.

Querem um outro prémio? Para o ano há mais!...
Haja tempo, paciência e saúde...

Classificação final do 'BlogoBola 2004/05':

1º - gaijo do pobo 344 pontos
2º - Sporting Sempre 324
3ºs - Fernando Jorge | Quarto-Árbitro | Fong 320
6º - Álvaro 314
7º - Carlos 313
8º - Marx 309
9º - Rui 309
10º - ANjum 308
11º - Sérgio Loureiro 296
12º - Pipos 294
13º - roger 294
14º - Zé Eduardo 285
15º - Nuno Gabriel 280
16º - Gil 278
17º - 1906 267
18º - FPVC 266
19º - José da Silva Pereira 265
20º - Melo 262
21º - Salta 259
22º - Criticosdabola 252
23º - Filipe Queirós 246
24º - albertoleite 243
25º - Joel Guerra 240
26º - Cafajeste 239
27º - Destrona Alguidar 239
28º - Paulo(EnRiCo_MaRiOtTi) 236
29º - Pedro Lopes 234
30º - Leitor Desolado 229
31º - Margarida Rebelo 224
32º - LA SCP 224
33º - Aníbal 220
34º - 40 postas de pescada 221
35º - Grande_dominio 218
36º - Duke 213
37º - Pedro Santos 211
38º - Da Rocha 209
39º - Fernando Monteiro 207
40º - ampop 204
41º - Mário Palmeira 204
42º - António Gouveia 201
43º - mk 198
44º - Spittelau 197
45º - P.Nery 191
46º - A esperança é verde 188
47º - LoL 180
48º - Bruno Rocha 172
49º - Furball 171
50º - Fernandez_em_Espanha 164
51º - Campeão do Mundo 160
52º - Durval Silva 158
53º - Bruno Freitas 156
54º - Mig 155
55º - Pedro 154
56º - Edgar 150
57º - vbnm 150
58º - Chicao 146
59º - Fala Barato 144
60º - Mário Ventura 142
61º - Sara Vieira 141
62º - Gonçalo Cabral 140


Melhores da Semana 28:

António Gouveia 13 pontos
Pedro 13 pontos
Fong 10 pontos

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 23:28


quinta-feira, maio 26, 2005

LIGA DOS CAMPEÕES
Liverpool Campeão Europeu!



Liverpool FC 3-3 AC Milan (6-5 após marcação grandes penalidades)
(Gerrard, Smicer, Alonso; Maldini, Crespo (2))

Espectacular! Memorável! Épica! São alguns dos adjectivos possíveis para caracterizar a final da 50ª edição da Liga dos Campeões (antes chamada Taça dos Campeões Europeus) jogada entre dois dos históricos do futebol europeu, o Liverpool e o AC Milan. O jogo foi extremamente emotivo e foi necessário recorrer à marcação de grandes penalidades para apurar o vencedor da liga milionária. Os ingleses sucedem ao FC Porto e são eles os novos campeões europeus, colocando a UEFA numa difícil posição pois o Liverpool não se classificou para a Champions League e deverá ser o primeiro campeão europeu a ficar fora da edição seguinte à conquista da prova. Injusto para a equipa de Anfield e para os seus adeptos que mostraram no Olímpico Ataturk o porquê de serem dos melhores do mundo. Caso o Liverpool jogue a próxima Liga dos Campeões, o FC Porto não será do Pote 1 mas sim do Pote 2, no sorteio dos grupos.

Na primeira final europeia em solo turco, previa-se um jogo fechado e um cinzento duelo táctico pois se de um lado estava a defensiva escola italiana, do outro estava uma equipa inglesa mas com um estilo de jogo igualmente italianizado - à imagem do Valencia da época passada - por um treinador metódico e estudioso, que é Rafa Benitez. E o técnico espanhol surpreendeu na constituição do seu onze, onde o nome do australiano Harry Kewell - habitual suplente - constava. Também novidade face ao último jogo na Europa, Xabi Alonso foi titular, após cumprir o castigo por acumulação de amarelos na 2ª mão com o Chelsea. Do lado milanês, não houve surpresas, com a dupla atacante Sheva - Crespo a ser apoiada pelo quarteto de médios Gattuso, Seedorf, Pirlo e Kaká.

O Milan entrou a matar e ainda não tinha passado o primeiro minuto já o marcador havia sido inaugurado por intermédio de Maldini, após livre lateral de Pirlo. A equipa italiana pegou desde cedo no jogo e à passagem do quarto-de-hora podia ter ampliado a vantagem quando Crespo cabeceou para golo mas Luis Garcia evitou o 2-0 em cima da linha de baliza. A defesa do Liverpool parecia manteiga e a cada livre ou canto do Milan era um "Deus nos acuda" na área inglesa. Aos 23', Kewell saiu tocado para a entrada de Smicer que se viria a revelar essencial no conjunto inglês. À passagem da meia-hora, gritou-se golo no Olímpico: o brasileiro Kaká arranca muito bem do seu meio-campo e isola Sheva que - em posição irregular - atira para as redes da baliza de Dudek. O Milan dominava o jogo a seu bel-prazer e raramente o Liverpool importunou Dida: apenas de registar dois remates de Luis Garcia (aos 33 e 36') mas ambos fora do alvo... As fraquezas da defesa inglesa ficaram à vista no lance que daria origem ao 2º golo rossonero: Kaká pica a bola isolando Sheva e o ucraniano assiste Crespo que só teve de encostar para a baliza do guarda-redes polaco, perante a atrapalhação e desnorte dos homens mais recuados do Liverpool. Poucos minutos volvidos e novamente Kaká a dar o golo a Crespo: desta vez, o '22' milanês isolou o argentino com um passe junto à linha de meio-campo e o ex-Chelsea fez o 3-0, com uma finalização sublime!

No fim da primeira parte, o resultado era justo pois o Liverpool mostrou mesmo muito pouco futebol. Para contrariar tal facto, Benitez substituiu Finnan pelo experiente Hamann. Apesar disso, o Milan derrotava o Liverpool por 3-0 e poucas dúvidas subsistiam na cabeça dos adeptos do futebol: uma equipa italiana, cínica e defensiva como o Milan, a ganhar por 3 golos ao intervalo muito dificilmente irá perder esse jogo. O segundo tempo provou o contrário...

Enquanto as equipas entravam para o relvado, pôde-se ouvir o mítico cântico "You'll never walk alone" entoado pelos adeptos do Liverpool - eles acreditavam... E os jogadores também: a equipa inglesa teve um início de segunda parte absolutamente arrasador e marcou 3 golos em sete minutos! Antes disso, porém, houve dois remates perigosos para ambos os lados: primeiro, Xabi Alonso - grande exibição, grande jogador! - rematou forte mas ligeiramente ao lado da baliza, e depois Shevchenko, de livre indirecto, a encher o pé para uma grande defesa de Dudek. No minuto seguinte, aos 53', Riise cruza bem da esquerda para um fantástico cabeceamento de Steven Gerrard, sem hipóteses para Dida. Logo a seguir, Smicer rematou forte e colocado e reduziu a desvantagem para 3-2, relançando o jogo. E ao minuto 60, surgiu o empate do Liverpool, na sequência de uma grande penalidade cometida sobre Gerrard. Na marcação desta, o espanhol Xabi Alonso permitiu a defesa de Dida mas na recarga não perdoou e empatou o jogo a 3 golos. Incrível recuperação do Liverpool! A equipa da cidade dos Beatles estava com o gás todo e aos 63' Riise rematou fortíssimo para uma boa defesa do guardião brasileiro. A equipa do Milan estava desorientada e só a partir dos 70' é que conseguiu reassumir algum controlo do jogo. E aos 71' Sheva esteve perto de fazer o 4-3, não fora Traore a evitar o golo em cima da linha de baliza. Até ao final do tempo regulamentar, além de um ou outro remate, destaque apenas para um lance aos 88' em que o Milan esteve perto do golo: num canto, Stam cabeceou e Kaká falhou a emenda quando tinha boas condições para marcar.

A final iria ser decidida no prolongamento ou, em último caso, na marcação das grandes penalidades. Atendendo à primeira parte italiana e à segunda parte inglesa, o empate foi justo e aceitava-se. Injusto foi uma final destas ter de ser decidida na lotaria...

Na primeira parte do prolongamento, apenas digna de registo um cruzamento de Serginho - que entrara para o lugar de Seedorf - que foi direitinho para Tomasson mas o ponta-de-lança dinamarquês não estava à espera do falhanço de Traore - o jovem lateral esteve muito inseguro ao longo de todo o jogo - e teve um mau timing de entrada à bola. Na segunda parte, Rui Costa entrou para o lugar de Gattuso e pouco acrescentou ao conjunto milanês. Apesar disso, o momento capital do jogo - quanto a mim - aconteceu ao minuto 27 do prolongamento: Serginho cruzou da esquerda, Shevchenko cabeceou para uma grande defesa de Dudek e na recarga, de baliza aberta e o guarda-redes no chão, o matador ucraniano permitiu nova defesa do polaco - foi o "milagre" de Dudek! O jogo podia ter quase acabado aí mas tal não sucedeu e avançou-se para as grande penalidades, onde o Liverpool se sagraria campeão europeu, e onde o Milan se sagrara também campeão europeu há dois anos em solo.. inglês. Nessa altura, Sheva marcara o penalty decisivo; hoje, foi o ucraniano a falhar o penalty que fez do Liverpool o novo campeão europeu.

3-3, Serginho falhou
4-3, Hamann marcou
4-3, Pirlo falhou
5-3, Cissé marcou
5-4, Tomasson marcou
5-4, Riise falhou
5-5, Kaká marcou
6-5, Smicer marcou
6-5, Shevchenko falhou

Foi indiscutivelmente uma das maiores finais da história do futebol europeu e perdurará muitos e longos anos: estar a perder por 3 golos ao intervalo e ganhar esse jogo é algo pouco comum, sobretudo numa final da Liga dos Campeões. O Liverpool é, verdade seja dita, um vencedor justo da prova. Os pupilos de Benitez tiveram de eliminar a toda-poderosa Juventus - campeão italiano -, o milionário Chelsea - campeão inglês com umas dezenas de pontos de avanço sobre o Liverpool - e na final, a perder ao intervalo por uma margem quase irrecuperável, conseguiu desfeitear o Milan. Esta foi a 5ª vitória do clube inglês na Liga/Taça dos Campeões, que agora poderá contar com um original do troféu nas suas vitrines. Deve-se destacar o treinador dos novos campeões europeus, que veio amainar o "mito" Mourinho: Benitez é o primeiro a conseguir ser vencedor das duas maiores provas uefeiras em anos consecutivos com duas equipas diferentes. Elucidativo do valor deste espanhol...
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Melhor em Campo para o 'Livre Indirecto':

Steven Gerrard - Indescrítível a exibição deste médio nascido e feito jogador no Liverpool. Gerrard realizou uma exibição de luxo e esteve praticamente em todo o lado: defendeu, roubou bolas, fez faltas, sofreu faltas, rematou, marcou um golo, empurrou os colegas para a frente com passes precisos, em suma, o capitão levou a equipa às costas! Se este foi o seu jogo de despedida do Liverpool, Gerrard não poderia ambicionar melhor...
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Michael Owen (declaração no Verão passado, após se transferir de Anfield para o Bernabéu): "Venho para o Real Madrid porque quero ganhar muitos títulos". As voltas que a vida dá! This is football...

Os parabéns do 'Livre Indirecto' aos novos campeões europeus!

# Artigo de Carlos
Publicado às 00:23


quarta-feira, maio 25, 2005

LIVRE OPINIÃO
Todas as palavras são poucas...

... para exprimir o que a minha alma benfiquista sente! A conquista do 31º campeonato pelo Benfica tem um significado imenso pois tinha eu 5 anos aquando da vitória encarnada em 1994. Quando Pedro Henriques apitou para o final do jogo (e da Superliga), todo um vulcão entrou em erupção e a lava libertada dará azo ao nascimento de um novo Benfica: um Benfica ganhador, um Benfica com dinâmica de vitória, um Benfica melhor e um Benfica cada vez maior! E é esta grandeza e este potencial do Benfica - comprovados nestes dois meses de onda vermelha - que têm de ser explorados ao máximo nas épocas vindouras...

Fizeram das tripas coração...

No início da época, a equipa do Benfica partia como a menos favorita dos três (ditos) grandes: plantel curto e desequilibrado, treinador novo e rotulado de defensivo - cultura que até hoje raramente vingara no clube da Luz -, e forte oposição do campeoníssimo Porto e de um reforçado Sporting. Como disse ontem o presidente do clube encarnado, só "faltou chamar-nos coxos e coitadinhos". Sinceramente, e faço aqui um parêntesis, considero a equipa do Benfica em termos técnico-tácticos mediana/boa - em termos de atitude e entrega é excelente - e defendo que deve ser feito um verdadeiro reforço do plantel encarnado com vista à próxima época, na qual integraremos o 4º pote da Liga dos Campeões... Dizia eu que no início da época não era creditado ao Benfica qualquer favoritismo, e gente houve que chegou ao ponto de afirmar que havia três candidatos: "o Porto, o Porto e o Porto". E não censuro quem o disse ou assim pensou, pois não era expectável que a Superliga decorresse deste atípico modo. Atendendo às dificuldades previsíveis, o Benfica desde cedo apostou em alguns valores essenciais: humildade, regularidade, raça, crença, empenho, vontade de ganhar e um grupo unido, realista e coeso. A estes decisivos vectores, juntou-se uma dupla de líderes (Vieira e Veiga) que soube ser discreta nos momentos certos e interventiva nas alturas apropriadas, e fizeram-no sempre passando uma mensagem de ambição e confiança: o "vamos ser campeões no Bessa" de LFV é marcante. Por último, elogio Trapattoni. O técnico transalpino foi de uma persistência e coragem notáveis, raramente reuniu consenso - pessoalmente, duvidei das suas capacidades de fazer desta equipa do Benfica uma equipa vencedora - mas nunca desistiu das suas ideias e provou que a experiência é mesmo um posto. Por tudo isso, os benfiquistas estão-lhe eternamente gratos!

A Superliga do Benfica

A equipa encarnada teve um início de época com altos e baixos: a eliminação na pré-eliminatória aos pés do Anderlecht, depois viriam três vitórias nas três primeiras jornadas, e à 6ª jornada derrota em casa com o Porto num Estádio da Luz cheio como um ovo. Todavia, o Benfica manteve-se sempre em 1º lugar, excepção feita à 8ª jornada em que o Vitória sadino ascendeu à posição mais alta da tabela; tal seria rectificado com os 4-0 aplicados pelos pupilos de Trap à então equipa de Couceiro.
Até Janeiro, o Benfica continuou a ter alguns amargos de boca (goleada no Restelo, ou a derrota em Alvalade) e outros dias mais felizes (como a goleada ao Boavista, onde se marcou, provavelmente, o golo com maior carga emocional do campeonato) mas não descolou do topo. Porém, à 18ª jornada, a nação benfiquista sofreu um forte abalo com a humilhante derrota em casa perante o Beira-Mar de Luís Campos. Ouviram-se monumentais vaias e assobios, viram-se lenços brancos para a equipa, e o público saiu da Luz com o coração (quase) despedaçado. No final desse jogo com a equipa aveirense, Luisão deu a cara e foi objectivo e claro: "em Maio vamos ver quem festeja!" e este pareceu ser o sentimento global do plantel.
Desde esse jogo - que eu considero ter sido o jogo da viragem -, a equipa uniu-se e remou para o mesmo lado: nos 9 jogos seguintes, o Benfica ganhou 23 de 27 pontos, venceu 7 vezes, e só empatou no Dragão e em Braga. O futebol não era convincente nem espectacular - raramente o foi nestes 9 meses - mas era eficaz, cínico e a equipa encarnada teve em alguns momentos a estrelinha de campeão. Como exemplos mais flagrantes, destaque-se o penalty falhado por Adriano nos últimos minutos da vitória encarnada na Choupana, ou o golo redentor de Mantorras frente ao Marítimo naquele que considero ter sido o melhor jogo do campeonato.
Havia sido criada a onda vermelha - que esta semana assumiu proporções de tsunami - e o ambiente entre a nação benfiquista era de euforia - comedida nuns casos, desmedida noutros. À 28ª jornada, e com seis pontos à maior sobre a concorrência, o Benfica encarava a deslocação a Vila do Conde como um dos mais difíceis testes do final de época - e perdeu-o. A equipa encarnada criou ocasiões, Mora tudo defendeu, e o Benfica perdeu nos descontos. Todavia, a onda de fé não esmoreceu e no sábado seguinte a Luz engalanou-se com cerca de 60 mil nas bancadas para a recepção à União Leiria. O golo de João Paulo, a inspiração de Costinha e a ineficácia ofensiva encarnada levaram os adeptos ao desespero, apenas atenuado com um golo do inevitável Mantorras. Na jornada seguinte, o Benfica foi ao Algarve num jogo que perdurará na história do futebol português pelas piores razões: primeiro, a subserviência da SAD canarinha para com o Benfica e, depois, a péssima arbitragem de Hélio Santos, mancharam um jogo que também será recordado como o primeiro da Superliga no Estádio Faro-Loulé - e teve lotação esgotada, pois claro. Seguir-se-ia uma suada vitória com o Belenenses e, quando já cheirava a campeonato, o Penafiel venceu o Benfica numa exibição medíocre e desgarrada da equipa encarnada. Os jogadores acusaram o toque e, constrangidos a ganhar ao Sporting, fizeram-no num Estádio da Luz vibrante e eufórico - ficava a faltar um empate no Bessa. Aí, numa exibição de muito coração e pouca razão, o resultado desejado acabou por acontecer e o Benfica sagrou-se campeão nacional pela 31ª vez na sua gloriosa história.
Foi um campeão sem brilho? Foi. E até houve equipas (os dois Sportingues) com mais brilho e grau de espectacularidade na Superliga, mas de que serve ter brilho (e esforço, e dedicação, e devoção) se no fim não se tem glória?.. Também se diz que é um campeão injusto. A esses respondo: de vitórias morais andavam os benfiquistas fartos.
Neste domingo, a 10ª dobradinha e 26ª Taça do clube pode ser conquistada. Vamos ver o que mais pesará, se o entusiasmo e a onda de confiança que assolou a equipa, se o desgaste provocado por uma intensa e longa época desportiva e particularmente acentuado nestes 3 dias de folia e diversão.

Os jogadores do Benfica foram heróis. De Quim a Simão, passando por Luisão, Rocha, Petit, Manuel Fernandes, Paulo Almeida, TODOS. Foi a vitória da humildade; foi a vitória do querer e da vontade; foi a vontade da união e da amizade... Outros dizem que foi a vitória da vergonha e da mentira. Admito que o Benfica sofreu ao longo da época alguns empurrões - também foi puxado mas disso não convém falar - dados pela arbitragem e até pela Liga - e a presença de Cunha Leal nesta instituição a isso não será alheia. No entanto, prefiro realçar a coincidência de, logo no ano do Apito Dourado, o Benfica se tornar finalmente campeão...

# Artigo de Carlos
Publicado às 15:44


segunda-feira, maio 23, 2005

SUPERLIGA
Benfica Campeão Nacional 2004/05

Benfica garante título no Bessa.

Boavista 1-1 Benfica
(Éder, 43'; Simão (g.p), 38')

Dez temporadas depois, o Benfica volta a conquistar o campeonato nacional, depois de ter empatado no Bessa a uma bola. Curiosamente, tal como em 93/94, o Benfica voltou a terminar o campeonato no terreno dos boavisteiros.
Num dos piores jogos da edição deste ano da SuperLiga - não houveram três passes certos consecutivos -, a melhor jogada da primeira metade foi mal invalidada pelo auxiliar de Pedro Henriques, que impediu que Nuno Assis fizesse um golo quase certo. Mesmo assim, os encarnados foram sempre quem mais procurou a vitória e colocaram-se em vantagem a sete minutos do intervalo: Simão Sabrosa, na transformação de uma grande penalidade discutível, inaugurou o marcador. Seis minutos volvidos, numa tremenda falha de Luisão e da defesa encarnada, o central brasileiro Éder igualou para os axadrezados, na sequência de um pontapé de canto, estabelecendo o resultado final da partida.

Na segunda parte, quase não houve jogo. Simão - grande defesa de Khadim -, Luisão e Petit foram quem esteve mais perto de desfazer a igualdade, mas nessa altura a equipa benfiquista - algo nervosa - já jogava mais para manter o empate, que lhe permitiria chegar ao título.
Todavia, nos instantes finais a Académica marcou no Dragão, antecipando a festa encarnada em alguns minutos. Campeões da temporada 2004/05. Trapattoni conseguiu o seu nono título nacional nos diversos clubes que treinou e conduziu o clube da Luz ao trigésimo primeiro da sua história.

Lutou-se pela crença que Joeano derrubou.

FC Porto 1-1 Académica
(Ibson, 60'; Joeano, 91')

O FC Porto empatou em casa a uma bola frente à Académica, deixando desde logo de fora a hipótese de conquistar o tri-campeonato. Mesmo sem pressionar muito alto, o clube azul-e-branco dispôs de ocasiões suficientes para se ter adiantado no marcador. Na primeira metade, destaque ainda para duas oportunidades de Hélder Postiga, para um grande remate de McCarthy e para um fora-de-jogo mal tirado ao ataque dos estudantes, sendo que Marcel ficaria isolado.
Todavia, só no segundo tempo o Porto marcou: grande trabalho de Benni McCarthy, com o brasileiro Ibson a aproveitar um ressalto para fazer um grande golo. Antes, Dionattan falhou um golo feito, desperdiçando boa oportunidade de colocar a Briosa na frente.
No entanto, quando os ouvidos estavam todos no Bessa, Joeano "gelou" o Estádio do Dragão, com um golo em contra-ataque e muito consentido por parte de Vítor Baía.
No final da partida, José Couceiro apresentou a demissão, contrariando o que - mesmo sem ninguém acreditar - fez passar cá para fora durante toda a última semana...

Sporting goleado pelo Nacional. António Costa... mais do mesmo.

Sporting 2-4 Nacional
(Ávalos (p.b), 43', Custódio, 54'; André Pinto, 6', 21', Goulart, 13', Bruno, 90')

O Sporting terminou uma das piores semanas da sua história com uma derrota caseira frente ao Nacional (2-4). Fruto de uma primeira parte péssima, os leões - com muitas alterações no onze - foram para o intervalo a perder por três bolas a uma. André Pinto por duas vezes e Alexandre Goulart deram cor ao escândalo. Entretanto, convém ressalvar que as actuações do juiz António Costa e do seu auxiliar Venâncio Tomé roçaram o ridículo. No primeiro - chega a ser surreal como não se assinala fora-de-jogo neste lance - e no terceiro golos o "protagonista" foi o auxiliar, pois os jogadores nacionalistas estavam claramente em posição irregular. Posteriormente, no segundo tempo, o árbitro de Setúbal viria a não descortinar uma grande penalidade claríssima de Ávalos sobre Liedson e uma agressão de Cléber a Custódio, que deu origem à expulsão de Pedro Barbosa. Tudo isto no mesmo jogo e perpetrado por um velho conhecido da equipa verde-e-branca...
A perder por 3-0, Peseiro trocou Douala por P.Barbosa e viu Liedson falhar uma grande penalidade, a castigar mão na bola de João Fidalgo. Antes do intervalo, a equipa leonina ainda reduziu com um auto-golo do argentino Ávalos.
Na etapa complementar, Custódio ainda fez o 2-3, mas - como já foi referido - Barbosa foi expulso com duplo amarelo em três minutos, inviabilizando a recuperação. No último minuto, Bruno ainda fez o quarto golo dos madeirenses, aproveitando um erro primário de Miguel Garcia. Por muito que me custe, Peseiro deve estar por um fio...

Nei valeu a pena sonhar com a Champions.

Moreirense 2-1 Sp.Braga
(Eriverton, 83', Nei, 84'; João Tomás, 6')

Com uma réstia de esperança em figurar na pré-eliminatória da Liga dos Campeões da próxima temporada, o Sp.Braga saiu do Comendador Joaquim Almeida Freitas derrotado por duas bolas a uma. Depois de um golo madrugador de João Tomás, os axadrezados de Moreira de Cónegos tomaram conta da partida e acabaram por justificar a "cambalhota" no marcador. Porém, a turma de Jorge Jesus só conseguiu marcar já no final da partida. No espaço de dois minutos, Eriverton igualou a contenda e Nei desfez a igualdade, com aquele que é, para mim, o melhor golo da edição da SuperLiga deste ano. Um remate da linha do meio-campo, descaído para o lado direito, a aproveitar da melhor forma o adiantamento de Paulo Santos.
Na próxima temporada, o Moreirense militará na Liga de Honra, enquanto os arsenalistas continuarão a proporcionar grandes espectáculos no campeonato e irão representar o país na Taça UEFA.

Classificação da SuperLiga 2004/05:


# Artigo de Da Rocha
Publicado às 08:20


domingo, maio 22, 2005

SUPERLIGA
Jornada 34

SuperLiga - Última Jornada


SuperLiga | Jornada 34 | Jogos da Tarde:

Beira-Mar 2-2 V. Guimarães
(Rui Lima, 79', Tininho, 84'; Romeu, 8', Silva' 11')
U. Leiria 0-3 Rio Ave
(Evandro, 6', Junas, 33', Paulo César, 68')
Estoril 0-1 Marítimo
(Silas, 89')
Belenenses 0-0 V.Setúbal
Penafiel 1-3 Gil Vicente
(Wesley, 7'; Carlos Carneiro, 37', Nandinho, 52', Gregory, 84')

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 17:54


sábado, maio 21, 2005

LIVRE OPINIÃO
"O jogo da vossa vida"

É já amanhã! O dia por que os adeptos encarnados vêm ansiando há mais de 10 anos está mais próximo que nunca - o Benfica pode-se sagrar campeão nacional no Estádio do Bessa. O clube da Luz está perante uma oportunidade de ouro para pôr fim ao prolongado e já insuportável - para os benfiquistas - jejum de 11 anos sem sentir o sabor de ser Campeão Nacional. Na casa do Boavista - que amanhã adquirirá uma tonalidade vermelha - uma vitória ou até um empate significa a passagem do sonho à realidade; significa a passagem dos anos a fio de desilusões e fracassos à vitória final; significa a passagem do sofrimento à felicidade extrema... E, na final de amanhã, o título estará nas mãos dos jogadores do Benfica como nunca esteve durante a última década.

Muito se tem falado, ao longo desta semana, nos incentivos que o Porto terá garantido a jogadores do Boavista caso estes vençam o jogo. Já ouvi falar em 25 mil euros por jogador, em 50 mil para os jogadores que façam balançar a rede da baliza de Quim, e já li também que no total cerca de 750 mil euros seriam distribuídos pelo plantel axadrezado. Em Portugal este é considerado um acto ilegal: "A promessa ou entrega de dinheiro (..) feita por um terceiro Clube destinada à obtenção de um resultado positivo num jogo oficial será punida com a pena de multa de € 12.500 a € 25.000", segundo o 65º artigo da secção de Infracções Disciplinares Graves. No entanto, não quero entrar por aí, até porque se diz que este campeonato está repleto de ilegalidades... Queria sim focar este assunto dos incentivos mas pelo lado encarnado: haverá maior incentivo e estímulo que ter a possibilidade de ser campeão nacional pelo Benfica e assim entrar para a história de um dos maiores clubes mundiais? E, se tal já não bastasse, a Direcção encarnada certamente concederá avultados prémios de jogo ao plantel encarnado pela conquista de pontos no Bessa... Portanto, desde já digo que caso o Benfica falhe o objectivo de ser campeão nacional, não me refugiarei - e penso que ninguém o devia fazer - nos incentivos que o Boavista teve. Se o Boavista amanhã vai correr e bem atrás do prémio de jogo, os jogadores do Benfica só têm obrigação de correr e jogar o dobro da equipa adversária, e provar que de facto MERECEM ser campeões! Para se ser campeão é preciso ser superior aos demais e a equipa benfiquista vai ter de mostrar espírito de superação, vontade, crença e determinação na conquista de um título que apenas faz parte do palmarés de um jogador encarnado - Petit, curiosamente sagrado campeão no Bessa. Este é, portanto, o jogo da vida da maior parte do plantel do Benfica e todo o suor deixado em campo será pouco... Depois do teste de fogo - passado com alguma distinção - contra o Sporting, o Benfica terá amanhã a última oportunidade para poder afirmar "Somos campeões e merecemo-lo". Se tal não suceder, o clube da Luz só se pode queixar de si mesmo!

Tem-se debatido nestes dias - ainda hoje uma revista semanal fez capa disso - o estofo do Benfica. Amanhã, mais uma vez, esse estofo - ou a inexistência dele - será testado. A equipa encarnada é acusada de não ter o estofo dos campeões, que marca a diferença entre uma boa e uma grande equipa, e ao longo desta época houve situações comprovativas disso mesmo - goleadas na Bélgica e em Estugarda, derrotas na 1ª volta com os dois maiores rivais, derrota e exibição desastrosa em Penafiel, etc.. Penso, contudo, que esta situação poderá ter sofrido uma viragem no derby com o Sporting, jogo em que a equipa mostrou matreirice e inteligência transalpinas, e poder-se-á dar continuidade a esta atitude no jogo com o Boavista. No entanto, as situações são diferentes, ou seja, se a 14 de Maio só a vitória servia ao Benfica, na partida de amanhã bastará um reles empate para alcançar o título. Logo, a mentalidade da equipa encarnada será decisiva: se os jogadores entrarem acomodados com o nulo e apostarem em levá-lo até ao fim, pode haver uma surpresa desagradável; se o Benfica entrar a 200 à hora, só com olhos para a baliza de William, e jogando para ganhar, então considero que ninguém parará o Benfica no jogo. Mas Trapattoni é que decide...

Queria deixar duas notas finais.
A primeira vai para o último golo benfiquista no Bessa. Esse foi apontado por Miki Fehér, frente ao La Louvière, na 2ª mão de uma eliminatória da Taça UEFA. A coincidência fez com que se recordasse o malogrado húngaro e que bonito será ver, caso o Benfica seja campeão amanhã, a nação benfiquista a gritar por Miklos Fehér e a dedicar o 31º campeonato nacional ao jovem que, numa chuvosa noite em Guimarães, nos deixou para sempre...
A segunda nota vai para o comunicado dos Super Dragões, comunicado esse que já é do conhecimento geral. Caso o Benfica seja campeão, parece-me inevitável que haja molho nos Aliados, e é lamentável que tal situação seja desencadeada por um grupo de delinquentes que se julgam os reis da cidade do Porto. E aí é que eles estão enganados: duvido que os adeptos portistas saiam à rua - como foi pedido pela claque - para comemorar o segundo lugar, e os Super Dragões arriscam-se a sair com "o rabo entre as pernas" perante as dezenas de milhar de benfiquistas que festejarão na baixa portuense. Deixo, portanto, dois conselhos. Aos SD, que fiquem quietinhos e vão para suas casas após o jogo - isto se o Porto não for campeão, obviamente -; aos adeptos benfiquistas do Norte, que não tenham receio em festejar nos Aliados, na Avenida da Boavista, no Bom Jesus em Braga, ou onde quer que seja. Eles querem estragar a festa mas não vão consegui-lo!

# Artigo de Carlos
Publicado às 18:56


sexta-feira, maio 20, 2005

LIVRE OPINIÃO
Recta final

1. Sporting – Não tivemos a honra de conquistar 3 taças europeias em anos consecutivos! O CSKA foi uma equipa, essencialmente, mais fresca e logrou levar para a Federação Russa o primeira título europeu de clubes. O Sporting fez uma primeira parte soberba, de uma consistência defensiva e uma objectividade ofensiva tremendas e a desvantagem mínima era lisonjeira para os Russos ao intervalo. Depois do descanso, Peseiro achou que a equipa conseguiria manter o mesmo ritmo e a mesma superioridade sobre o terreno... enganou-se. Esqueceu-se que do outro lado estava uma outra equipa e um outro treinador, que com pequenos ajustes posicionais de dois ou três jogadores transformou o CSKA e o jogo. Destaque para Daniel Carvalho... um jogador a todos os níveis fantástico! Se futebol fosse boxe, pelo que cada equipa fez em cada parte do encontro... o empate seria o resultado mais certo... mas como não é, penso que o CSKA foi um justo vencedor. Realce para o comportamento exemplar dos adeptos leoninos na ovação sentida e agradecida à sua equipa e ao reconhecimento do mérito dos Russos. Bravo! É preciso saber ganhar e saber perder...

2. Última Jornada – Se a lógica prevalecer o Benfica será Campeão Nacional. Um simples e magro empate no Bessa serve aos encarnados para quebrarem um jejum de onze anos e fazer eclodir a festa. Mas nada ainda está ganho e há que ter em conta que o Boavista irá jogar sem pressão, factor por vezes preponderante para o desfecho final. O F.C.Porto joga no Estádio do Dragão frente à tranquila Académica, com o pensamento na vitória e num hipotético deslize do Benfica para ainda sonhar com o título. Com sinceridade e apesar de não ter perdido a esperança, acho improvável este cenário... apesar de haver na história algumas cenas dramáticas de pseudo-campeões que o não foram na última jornada. Como o Deportivo da Coruña, que em 1994 só precisava de vencer o Valência no Riazor para celebrar o primeiro título da sua história e acabou por empatar sem golos, com Djukic a falhar um penalti em período de descontos, oferecendo a Liga Espanhola ao Barcelona.

3. Maniche e Costinha: Estiveram e foram figuras de proa nos dois anos mais gloriosos de sempre do F.C.Porto. Deram aos adeptos portistas motivos para festejar 2 Superligas, 1 Taça de Portugal, 2 Supertaças, 1 Liga dos Campeões, 1 Taça UEFA, 1 Taça Intercontinental. Os seus nomes serão recordados para sempre, nas histórias que se contarão aos netos sobre estes dois anos fantásticos. Maniche e Costinha terão direito a uma despedida... sorte a deles. Deco, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Derlei e José Mourinho também fizeram por merecer uma... e não tiveram. Estarei no Dragão no Domingo especialmente para isso... para dizer: Muito obrigado Maniche! Muito obrigado Costinha... e boa sorte!

4. Festejos do título: É lamentável que mais uma vez o bando de insurrectos que se auto-denominam claque oficial do F.C.Porto, envergonhe o clube e especialmente os seus adeptos. Lançar um comunicado onde dizem que “irão festejar um eventual 2º lugar na Avenida dos Aliados” e que “zelarão pela segurança de todos os adeptos portistas que queiram juntar-se a eles”... é indecoroso, asqueroso e nojento! O futebol não são apenas vitórias... o futebol não é violência! O futebol é festa, é discussão trivial, é rivalidade saudável... limitar os possíveis festejos dos adeptos do Benfica na Cidade do Porto, podendo provocar inclusive cenas de violência estúpida, é digno de animais que não conseguem viver em sociedade, não respeitando alegria dos outros, especialmente quando nos últimos anos já tiveram tantos motivos para festejar. Desejo que este comunicado não passe de um bluff merdoso e que no Domingo, ganhe quem ganhar a festa possa ser celebrada com alegria e regada a champanhe e nunca feita a medo e estragada com sangue. Viva o Futebol!

# Artigo de Aníbal Letra
Publicado às 14:07


quarta-feira, maio 18, 2005

TAÇA UEFA
«Eu te Amo Sporting!»

Final da Taça UEFA | Estádio José de Alvalade | Lisboa
Árbitro: Graham Poll (ING) | Auxiliares: Michael Tingey (ING), Glenn Turner (ING)


Minuto 74 - Sorte madrasta!
CSKA vence com justiça.


Sporting 1-3 CSKA
(Rogério, 29'; Aleksei Berezutski, 57', Yuri Zhirkov, 65', Vágner Love, 74')

Não façam mais finais em Lisboa! O Sporting perdeu a "sua" final para o CSKA de Moscovo, sendo derrotado em Alvalade por três bolas a uma. Os russos, mais frescos, fizeram uma segunda metade letal e acabaram por justificar a vitória - apesar de exagerada - e consequente conquista do troféu. A equipa leonina, depois de uma primeira parte fantástica, caiu abruptamente no segundo tempo e teve um minuto azarado, o 74, quando Rogério falhou de baliza aberta e Love sentenciou a partida.
A data de 18 de Maio de 2005 vai directamente para o saco onde está a de 4 de Julho de 2004. Todavia, tenho um enorme orgulho em ambos os conjuntos de jogadores...

No "jogo de bancos", Peseiro modificou um pouco o estilo de jogo do Sporting, apresentando Rogério no lado direito do meio-campo e Rodrigo Tello a lateral-esquerdo. Valery Gazzaev, por seu turno, apresentou o habitual 3x4x1x2, com Daniel Carvalho a apoiar Love e Olic.

O Sporting entrou melhor na partida e, consequência desse domínio, conquistou três cantos em menos de cinco minutos. Pouco depois dos dez minutos, Tello teve uma iniciativa individual que Sá Pinto - dos piores em campo - desperdiçou.
Os russos, por sua vez, raramente saíram com perigo para o tão ambicionado contra-golpe e criaram perigo pela primeira vez num lance de bola parada, por intermédio de Aleksei Berezutski.
Por volta dos vinte minutos, o CSKA passou a equilibrar as operações. Curiosamente, o primeiro lance de verdadeiro perigo surgiu num lance de Tello, que Ignashevich quase desviou para a sua própria baliza.
Estava dado o aviso. Dois minutos volvidos, o Sporting chegou ao golo por Rogério. O brasileiro aproveitou um ressalto na zona da meia-lua - Carvalho não arriscou a falta - e fez um "golão". Com toda a justiça, os leões estavam na frente.
Até ao intervalo, Vágner Love esteve desastrado, rematando ao lado na sequência de uma má reposição de bola de Ricardo.

Logo no início da etapa complementar, o Sporting desperdiçou um livre indirecto junto da baliza de Akinfeev. Aos 53 minutos, Love este perto do golo, com um grande remate à meia-volta. Na resposta, Fábio Rochemback disparou forte por cima da baliza moscovita. Apesar da equipa portuguesa controlar a partida, foi o CSKA a marcar: livre de Daniel Carvalho e Aleksei Berezutski a cabecear para o fundo das redes - Ricardo poderia e deveria ter feito muito mais.
Contrariamente ao que seria de esperar, a equipa leonina, nos minutos subsequentes, reagiu bem ao golo sofrido e Tello rematou à figura do jovem guardião russo. A linha média dos verde-e-brancos deixou de fazer marcações e o brasileiro Daniel Carvalho - que talento, este jovem! - assistiu Yuri Zhirkov para a reviravolta no marcador - Rochemback e Garcia foram ultrapassados e ficaram a assistir de camarote ao desenrolar do lance. A partir deste golo, a descrença apoderou-se das bancadas de Alvalade e isso transmitiu-se à equipa. Mesmo assim, os jogadores, visivelmente esgotados fisicamente, tentaram reagir às contrariedades e estiveram bem perto do golo, com um remate de Tello que Rogério, a um passo da linha de golo, desviou para o poste e a bola foi ter com Akinfeev. Que infelicidade! Corria o minuto 74. Como um azar nunca vem só, o guarda-redes repos a bola no ataque rapidamente, onde Carvalho e Love ficaram sós para Enakarhire. O nigeriano não foi lesto a afastar o esférico, Daniel Carvalho centrou, Ricardo também hesitou um pouco e Vágner Love corou um jogo miserável com um golo de baliza aberta. Era o fim do sonho! Da forma mais cruel... Em poucos segundos, o Sporting esteve à beira do 2-2 e ficou a perder por dois golos de diferença...
José Peseiro é um grande treinador, merece todos os elogios pela forma como pôs a equipa a jogar futebol, mas demorou muito tempo a fazer as substituições. Meter Douala a dez minutos do fim é um "crime"; Niculae é um ídolo dos adeptos mas é uma nulidade na frente de ataque; e Moutinho era dos poucos que não merecia ser substituído. Mesmo assim, face a isto tudo, aplaudo de pé a excelente temporada deste Sporting de Peseiro...
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Melhores em Campo para o 'Livre Indirecto':

Daniel Carvalho - fantástico! Partiu tudo. Os três golos dos russos resultaram de três assistências deste jovem brasileiro. Especialmente na segunda metade, fez o que quis de Rochemback e do meio-campo leonino...
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No cômputo geral, o Sporting fez uma primeira parte muito interessante mas afundou no segundo tempo. O CSKA aproveitou o facto da equipa leonina estar espremida em termos físicos e consumou a cambalhota no marcador, acabando por vencer por um resultado algo exagerado. Os russos, com grande poderio financeiro, têm uma equipa "maciça" com princípio, meio e fim: sustentada em três grandes centrais - os gémeos Berezutski são excelentes -, numa linha média laboriosa e num excelente médio ofensivo, Daniel Carvalho, que assiste na perfeição quer Love, quer Olic. Por muito que me custe dizer, são "muito mais equipa" que o Sporting...
A equipa leonina, face ao desgaste, jogou demasiadamente com o coração e terminou uma caminhada bonita saindo derrotada na "sua" final. Fica como consolação o facto da equipa portuguesa ter sido a melhor das 80 que inicialmente integraram os quadros da Taça UEFA - visto os russos terem sido repescados da Champions.
Parabéns aos vencedores e, principalmente, parabéns aos vencidos, o "nosso" Sporting!...

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 23:03



LUTO
Faleceu João Manuel

João Manuel | 1967 - 2005

Uma notícia triste num dia de festa. O futebolista João Manuel, que estava internado no Hospital Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães, faleceu esta manhã, não resistindo à luta contra a esclerose múltipla.
O atleta natural de Moimenta da Beira, que muitos dizem ter passado ao lado de uma grande carreira, dedicou toda a sua vida ao futebol e, pelos episódios dos últimos meses, ficará nos corações de todos os portugueses.
Assim, resta ao 'Livre Indirecto' prestar as condolências a todos os familiares e amigos. É sempre pouco, principalmente pelo grande homem que João Manuel demonstrou ser. Que descanse em paz!...

Nota: recomendo vivamente a leitura deste texto, do jornalista Luís Mateus (link)

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 14:55


terça-feira, maio 17, 2005

LIVRE INDIRECTO
100 mil visitas

Livre Indirecto | Blog de Futebol

No "ar" desde 12 de Agosto de 2004, o 'Livre Indirecto' completou ontem a bonita marca das 100 mil visitas - SiteMeter.
Com mais de 100.000 acessos e cerca de 150.000 páginas, o nosso blog cresceu bastante nos últimos noves meses. De alternativa credível a - de certa forma - referência da blogosfera desportiva, foi um pequeno passo.
Com a ajuda dos quase 700 visitantes diários, o 'Livre Indirecto' - com maior ou menor controvérsia - tornou-se um espaço de discussão saudável. Um espaço actualizado diariamente e com boa apresentação gráfica. Um espaço onde a interacção com os visitantes se tornou fundamental - com comentários, esclarecimentos ou passatempos ('BlogoBola'). Um espaço dos editores e, fundamentalmente, um espaço de todos os que nos visitam.

Obrigado pela preferência!
Saudações Desportivas

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 00:03


segunda-feira, maio 16, 2005

LIVRE OPINIÃO
Recta final

O FC Porto venceu em Vila do Conde, na Jornada 33.1. 33ª Jornada: Um oportuno e inadiável casamento em Monção afastou-me da vista as decisivas incidências da penúltima jornada da SuperLiga. Mas quase ninguém ficou indiferente ao futebol e durante aquelas duas horas de incerteza, de festa só houveram os golos do Porto e o do Benfica. Para o F.C.Porto esta era a conjugação de resultados que mais interessava. Porque fica dependente apenas dele para conseguir um acesso directo à Champions League e porque o Benfica tem na última jornada um jogo à partida mais complicado que o Sporting. Não posso opinar sobre exibições individuais ou colectivas porque não seriam as minhas impressões mas posso falar sobre o que nos espera à última jornada. Os quatro primeiros lugares ainda estão por atribuir: Benfica pode ficar em 1º, 2º ou 3º; O F.C.Porto é o única equipa que pode aspirar a todas as primeiras quatro posições; O Sporting está resumido ao 2º ou 3º posto; O S.C.Braga pode acabar em 3º ou 4º lugar. Espero que tudo corra pelo melhor e que na Cidade do Porto não haja desacatos de qualquer tipo entre adeptos. Que o futebol seja nesse dia e sempre, uma festa e um motivo de alegria para miúdos e graúdos.

2. Sporting-Benfica: Dos resumos televisivos que vi não podia deixar de falar de Ricardo. Num jogo tão decisivo, perder assim é revoltante. Ricardo é um guarda-redes fantástico dentro dos postes mas é do mais primário a saír aos cruzamentos. À atenção de Scolari. Do resto, e repito, do que vi nos resumos, o Benfica teve a oportunidade mais flagrante de golo, desperdiçada por Simão e acabou por ter a estrelinha do jogo.

3. Rio Ave-F.C.Porto: Os regressos de Costinha e Maniche, que se despedem Domingo do F.C.Porto, foram um importante tónico para a avalanche de oportunidades que a equipa criou e que resultaram no primeiro jogo desde Porto-Sporting em que os Dragões conseguiram mais do que a diferença mínima.

4. 34ª Jornada: Se o F.C.Porto estivesse na posição do Benfica à entrada para a última jornada, eu ainda não me sentiria Campeão. É por isso, para mim, bastante estranho, que a festa já esteja montada e que no relvado da Luz já esteja pintado a letras garrafais: Benfica: Campeão Nacional 2004/2005. A festa até podia estar a ser preparada... mas não deixavam ninguém se aperceber do conteúdo. Só se os dirigentes encarnados souberem de algo que mais ninguém saiba... é que a euforia dos adeptos ainda é entendível mas da parte de pessoas com responsabilidade dentro do clube já é mais questionável. Como digo, só mesmo se souberem de algo que mais ninguém saiba...

5. Quem merece: Não quero e não vou entrar em detalhes de arbitragens. Os árbitros erram como qualquer um erra e não há correntes de colos nem lobbies de pressão que me façam pensar o contrário. Este ano, apenas uma vez, achei que um tal Hélio fez tudo para que um determinado clube vencesse o jogo. Tirando esse episódio isolado, restam erros que acontecem sempre e sempre vão continuar a acontecer para todos os lados. O que para mim é bastante claro é que olhando para as exibições, nem Benfica e muito menos o F.C.Porto merecem este título. Tanto um como o outro tudo fizeram para o perder com um futebol sofrível e arrastado. O Sporting, e tentando apartar as exibições da Taça Uefa, fez de facto meia-dúzia de jogos de excelente nível, do melhor que se viu na SuperLiga este ano, mas nunca conseguiu fazer dois jogos seguidos nesse patamar. O S.C.Braga praticou um futebol muito agradável em grande parte dos jogos, mas acabou por baquear em momentos decisivos. Pelas exibições não vamos lá. Talvez a regularidade: Mas como é que se pode falar de exemplo de regularidade, numa SuperLiga onde o Campeão terá menos pontos que o terceiro classificado do campeonato anterior? Se pelas exibições e regularidade não se consegue atribuir justeza ao Campeão... sobram os pontos: Quem fizer mais pontos merece ser Campeão... melhor: Quem ficar em primeiro lugar merece ser campeão!

# Artigo de Aníbal Letra
Publicado às 16:43


domingo, maio 15, 2005

FUTEBOL DE PRAIA
Portugal perde final com a França

Portugal perdeu hoje à tarde a final do Mundial de futebol de praia, perante a França - comandada pelos irmãos Cantona. Após ter eliminado o supra-favorito Brasil - nos penalties - da competição, o conjunto português era apontado como vencedor antecipado da final. No entanto, a França esteve sempre em vantagem no marcador, acabou por se deixar empatar, mas ganhou na marcação de grandes penalidades. Para a selecção portuguesa, aplica-se melhor que nunca o ditado "Quem com ferros mata, com ferros morre". Para tristeza nossa...

O primeiro período foi fraquinho, quase sem remates e com pouco entusiasmo de ambas as partes, e acabou com o nulo no marcador. No segundo período, a França fez o 1-0 por Mendy e o mesmo jogador viria a fazer o 2-0. Mas nada estava perdido, e nos primeiros minutos do terceiro período Madjer reduziu a desvantagem lusa. Quando o empate a dois parecia iminente face ao crescendo português, o francês Mendy volta a aparecer e, de forma oportuna, quase sentencia o jogo marcando o 3-1. No entanto, a selecção portuguesa é equipa de raça - já com o Brasil estivera a perder por 2 golos - e conseguiu igualar o jogo nos últimos dois minutos, através de um bis de Belchior. O jogo foi para prolongamento, não houve golos - apenas uma estupenda defesa de Bruno a remate de Ottavy - e o campeão mundial ir-se-ia decidir através da marcação de grandes penalidades. Aí, a história é breve: Ottavy marcou, Alan falhou e a França sagrou-se - contra todos os prognósticos - campeã mundial de futebol de praia.

Madjer, camisola 7 da selecção nacional, foi considerado o melhor jogador da prova, sendo também o melhor marcador do certame, com 14 golos apontados - alguns deles fantásticos.

No jogo de atribuição de 3º e 4º lugar, o Brasil goleou o Japão por expressivos 11-2.

# Artigo de Carlos
Publicado às 17:49



SUPERLIGA
Benfica vence derby

Falha de Ricardo "dá" título ao Benfica.

Benfica 1-0 Sporting
(Luisão, 83')

Rochemback sofre falta de Ricardo Rocha.O Benfica venceu o Sporting pela margem mínima, na Nova Luz, dando um passo quase decisivo para a conquista do título que lhe foge há dez temporadas. Numa partida mal jogada durante grande parte do tempo, o Benfica foi mais feliz e marcou bem perto do final da partida, com um golo do central Luisão, numa "oferta" de Ricardo.

No "jogo de bancos", Trapattoni entrou com o tradicional 4x2x3x1, aquela que já é a equipa-tipo dos encarnados. Peseiro, por seu turno, inovou, apresentando uma equipa sem pontas-de-lança fixos, com Douala e Sá Pinto como homens mais adiantados.

O desafio começou com as duas equipas a recearem-se mutuamente. O Benfica teve sempre mais posse de bola mas, mesmo assim, revelava sérios problemas em construir lances de ataque. O jogo disputava-se muito a meio-campo e as oportunidades escasseavam.
Curiosamente, o primeiro lance de verdadeiro perigo surgiu numa acção de contra-ataque. Paulo Paraty não assinalou uma falta de Polga sobre Simão e, no seguimento da jogada, João Moutinho esteve a centímetros do primeiro golo da partida - o remate ainda desviou em Luisão. Na sequência do canto, surgiu a melhor oportunidade da primeira metade: Douala, beneficiando de um ressalto, surgiu na cara de Quim e proporcionou uma grande defesa ao guarda-redes encarnado. Praticamente na resposta, Manuel Fernandes disparou forte de fora da área, mas a bola saiu ao lado da baliza de Ricardo, naquela que foi a melhor ocasião dos visitados.

Na etapa complementar, o Benfica entrou muito pressionante. Logo aos dois minutos, Simão apareceu sozinho na grande área mas a bola fugiu-lhe para o pé esquerdo e Ricardo ainda conseguiu defender com o pé. Neste período, Geovanni era o elemento mais incisivo na manobra da equipa benfiquista. Aos 53 minutos, Petit cobrou um livre que passou muito perto da trave. A partir deste momento, os leões começaram a comandar as operações e a explorar bem os espaços vazios. No entanto, foi a equipa de Trap a estar perto do golo, com Simão a surgir isolado frente a Ricardo e a atirar ao lado. Três minutos volvidos, Quim brilhou - com alguma sorte à mistura - travando um pontapé fortíssimo do brasileiro Rochemback. Nesta altura do jogo, Pedro Barbosa assumiu-se em definitivo como patrão do futebol leonino, transportando a equipa para a frente. A um quarto-de-hora do final, Hugo Viana - tirando isto, foi uma nulidade - rematou com o pé direito para - mais uma - grande intervenção de Quim. Curiosamente, já depois da entrada de Mantorras, o Benfica chegou ao golo na altura em que menos merecia. Petit cobrou o livre para a pequena-área, onde Ricardo se deixou intimidar por Luisão, com a bola a resvalar para dentro da baliza. O guarda-redes leonino esteve impecável durante toda a partida mas "borrou a pintura" nesse lance - um guarda-redes tem que "mandar" naquela zona do terreno. Todavia, há que dar mérito ao central brasileiro, que ganhou posição e soube tirar partido da sua estatura.

Até final, não houve jogo. De salientar somente a expulsão de Beto, por palavras dirigidas ao auxiliar, que estava a 30 metros. Pela forma como protestou, não há contestação possível: Beto é bem expulso. No entanto, inclusive neste jogo, houve outros "mimos" bem na cara dos juízes - Simão na primeira metade e Polga já no final. Mas não é por aí... O 'Livre Indirecto' não quer seguir as "pisadas" dos diversos orgãos de comunicação social, que os primeiros lances que divulgaram foram os "polémicos". Ora, tudo isto num dos jogos mais "limpinhos" dos últimos anos. Enfim... Vivam o futebol!
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Melhor em Campo para o 'Livre Indirecto':

Quim - decisivo. O guarda-redes do Benfica esteve impecável. Três ou quatro grandes intervenções, em momentos-chave, a remates de Rochemback, Viana ou Douala, justificam por inteiro o merecido destaque. Saiu vencedor na "disputa" das balizas...
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No cômputo geral, e apesar do empate se justificar em pleno, o Benfica acabou por vencer com alguma justiça - porque aproveitou a "dádiva" de Ricardo. O Sporting não abordou a partida da forma mais correcta e apenas controlou as operações durante 25 minutos - entre 55 e 80 minutos.
Os encarnados foram mais felizes, tiveram a "estrelinha de campeão" e têm tudo para ser campeões no Estádio do Bessa - pintado de vermelho. O Sporting, por seu turno, terá o momento mais alto da sua história na próxima quarta-feira, quando defrontar os russos do CSKA. Na última jornada, os leões jogam com o Nacional, fechando o campeonato - no qual foram a equipa que melhor jogou - em terceiro ou em segundo lugar. Porém, numa prova de regularidade, sai vencedor aquele que somar mais pontos...

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 00:03


sábado, maio 14, 2005

FUTEBOL DE PRAIA
Portugal na final do Mundial'2005!

Portugal ultrapassou o Brasil através dos pontapés da marca de grande penalidade e esta na Final do Mundial de Futebol de Praia - pela primeira vez com as insígnias da FIFA -, que se disputa no Rio de Janeiro. A selecção nacional exibiu-se de forma categórica durante os três períodos e esteve quase sempre na frente do marcador - tendo estado inclusivamente a vencer por 0-2. No entanto, a meio do segundo período, os brasileiros colocaram-se a vencer por 5-3. Portugal reagiu de imediato e Madjer voltou a igualar a partida, desta vez a cinco golos. Face à igualdade, teve que se recorrer a um "prolongamento" de 3 minutos para decidir o finalista. Aí, a selecção comandada por Zé Miguel marcou por intermédio de Alan, mas a selecção anfitriã empatou nos últimos instantes, forçando os penalties.
Na "lotaria", o craque brasileiro Jorginho atirou ao poste da baliza de Bruno e Madjer - grande figura da partida, com 4 golos - não enjeitou a sua oportunidade, colocando Portugal na final do Mundial brasileiro.

Tal como da última vez que se sagrou campeã mundial, a selecção das quinas defrontará na final a França, do carismático Eric Cantona.

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 16:18


quarta-feira, maio 11, 2005

LUTO
Até sempre, Perestrelo!

Jorge Perestrelo (1948-2005)

Centenas de pessoas marcaram presença esta tarde nas cerimónias fúnebres do locutor desportivo Jorge Perestrelo, falecido na passada sexta-feira quando não resistiu a uma angioplastia.
Várias figuras do jornalismo e do desporto português fizeram questão de estar presentes na Igreja de São João, em Lisboa, onde assistiram à missa de corpo presente antes de seguirem para o cemitério dos Olivais, que será a última morada de Jorge Perestrelo.
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Download dos golos do Portugal-Inglaterra, Euro'2004, relato de Jorge Perestrelo
Cortesia: Bits & Bytes

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 01:55


segunda-feira, maio 09, 2005

SUPERLIGA
Sporting vence V.Guimarães

SuperLiga | 32ª Jornada | Estádio José de Alvalade

Mais uma vitória "do" Chile. Sporting assume liderança.

Sporting 1-0 V.Guimarães
(Rodrigo Tello, 57')

O Sporting bateu o Vitória de Guimarães por uma bola a zero, com um grande golo do chileno Rodrigo Tello. Face a esta vitória, a turma de Peseiro assume a liderança da SuperLiga, a cinco dias da deslocação à Luz - onde não contará com Liedson - e a nove dias da final da Taça UEFA.

O jogo começou bastante morno. O Sporting dominava territorialmente, mas raramente incomodava a baliza dos vimaranenses. Logo aos quinze minutos de jogo, Liedson caiu na área derrubado por Palatsi. O choque aconteceu na face lateral da área, mas nem Olegário Benquerença nem o auxiliar descortinaram qualquer infracção. A primeira parte foi marcada por muitas faltas, a maior parte cometida pelos atletas do Vitória, que se apresentou muito fechado cá atrás e quase nunca se aventurou em lances ofensivos - tirando um lance de Orahovac logo no início e uma desmarcação de César Peixoto.
Os verde-e-brancos, naturalmente, controlavam as operações mas nunca conseguiam perigar a baliza contrária - só com tímidos remates de fora da área.
Assim, o empate ao intervalo justificava-se. O Guimarães só defendia, mas o Sporting foi incapaz de ultrapassar a muralha vitoriana.

Na segunda metade, José Peseiro trocou o apagadíssimo Hugo Viana por Pedro Barbosa, e o Sporting começou a ter mais posse de bola no ataque e as oportunidades começaram a surgir amiúde. Aos 57 minutos, o Sporting chegou ao golo da vitória: Rodrigo Tello - depois de ter sido anunciada a sua substituição -, na cobrança perfeita de um livre directo, fez um "golaço". Sem espinhas! Curiosamente, depois do golo, o Sporting recuou perigosamente e o Vitória criou perigo como nunca tinha criado até então. Na resposta, três minutos volvidos, Romeu esteve muito perto do golo, naquele que foi o primeiro remate dos vimaraneses à baliza de Ricardo, que defendeu para canto. Durante este período, a equipa de Machado pressionou muito alto e os leões não conseguiam serenar a partida, passando inclusive por alguns calafrios.
Aos 73 minutos, o central Beto falhou o golo da tranquilidade - cabeceando ao lado -, após uma assistência soberba de Liedson.
Até final, os vimaranenses pressionaram bastante o último reduto da equipa leonina, conquistando cantos em catadupa. O Sporting defendeu-se bem, manteve a bola longe da baliza de Ricardo e acabou por festejar a conquista dos três pontos. No segundo minuto de descontos, Liedson chutou uma bola perdida para a bancada e foi admoestado com o cartão amarelo - estava em risco desde a 22ªjornada! -, o que o impede de defrontar o Benfica. Foi uma infantilidade do "Levezinho" o que não invalida, a meu ver, que este seja uma das regras mais infelizes do futebol actual. Como é que um jogador pode estar a perder tempo se mal a bola sai o apanha-bolas repõe logo outra?...
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Melhor em Campo para o 'Livre Indirecto':

Custódio - laborioso. O camisola 27 dos leões pode não estar em grande forma - regressado de uma lesão - mas esta noite foi fundamental no equilíbrio da equipa. É o pêndulo da linha média, encurta espaços como ninguém e confere enorme estabilidade à equipa, particularmente hoje, quando foi preciso defender a vantagem.
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No cômputo geral, o Sporting acabou por merecer a vitória. Manuel Machado apresentou uma equipa muito receosa e acabou por ter o castigo que merecia. O Vitória ainda reagiu depois da hora de jogo, mas já não foi a tempo de recuperar da desvantagem.
Com estes três pontos, os comandados de Peseiro passam a somar 61 pontos e sobem à liderança da tabela classificativa, a uma semana da "final" da Luz. O Vitória de Guimarães, por seu turno, continua firme no quinto lugar - 50 pontos -, jogando igualmente a sua "final" no próximo fim-de-semana, frente ao adversário directo Boavista.

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 23:57



LIVRE OPINIÃO
Emoção até ao fim

1. Jorge Perestrelo: Morreu o homem que relatava um jogo de futebol como se fosse um adepto fervoroso. Para quem, como eu, desliga o som da televisão e ouve o relato da TSF, a morte de Jorge Perestrelo é uma notícia triste. “Comigo... ripa na rapaqueca!”... “É disto que o meu povo gosta!”... “Qué qué isso, Oh meu?”... “Até eu, com a minha barriguinha... chegava e facturava!”. A forma emotiva como relatava os jogos europeus das “nossas” equipas e da selecção de todos de nós, ficarão para sempre na memória de todos os que vibram e gostam de futebol.
Dos seus relatos guardo dois episódios:
- Uma vez, aquando de um jogo do Porto, António Oliveira delegou no treinador de guarda-redes a tarefa de ir à sala de imprensa. O Perestrelo enfureceu-se, disse que aquilo era uma falta de respeito para com os jornalistas e todos os adeptos de futebol e assumiu a responsabilidade pela não captura de comentários dos responsáveis portistas.
- Outra vez, num jogo europeu do Benfica em que as coisas não estavam a correr pelo melhor, o João Pinto perdeu a bola em zona crítica e provocou um contra-ataque perigoso do adversário... o Perestrelo voltou a enfurecer-se: “Vai à merda... vai à merda João Pinto!”

2. F.C.Porto: Com uma primeira parte deitada ao lixo, o F.C.Porto praticamente hipotecou as possibilidades de chegar ao título, não conseguindo aproveitar o deslize do Benfica. Com dois centrais em clara falta de confiança, Leandro revelando-se um passador e Raul Meireles a tremer como varas verdes, só Diego, a espaços, conseguiu empurrar o Porto para a baliza do adversário. Após o reatamento, a equipa subiu de produção mas sempre em desespero e sem um fio de jogo aceitável.
Já era um dado adquirido que de entre as equipas que lutam pelo título, o F.C.Porto era a que menos merecia levantar o troféu. Ontem, ficou provado que as causas para os resultados da equipa na SuperLiga não podem ser descobertos no exterior, mais concretamente nas prestações dos adversários ou nas más prestações dos árbitros. Daquilo que o F.C.Porto se pode e deve queixar é de si próprio...

3. SuperLiga: As possíveis despromoções do Estoril e do Moreirense são boas notícias para o nosso futebol, por mais respeito que tenha por essas equipas. A despromoção do Beira-mar é mau para o futebol português, essencialmente porque é um clube estruturado, com um grupo financeiro a suportá-lo, com um estádio excelente e com um naipe de jogadores muito razoável. A Superliga espera o regresso dos aveirenses o mais rápido possível.
Quanto ao título e caso o Sporting vença o Vitória hoje à noite, iguala o Benfica no primeiro lugar, podendo enfrentar os rivais da Luz com a única necessidade de pontuar. O Benfica, tal como o F.C.Porto, tem que se queixar, e muito, de si próprio: Há 5 jornadas estava a 6 pontos do segundo... nestes 5 jogos conseguiu 2 vitórias muito sofridas frente ao Estoril e Belenenses, empatou em casa com o Leiria e perdeu em Penafiel e em Vila do Conde. Muito fraco para quem persegue um título que já lhe foge há demasiado tempo.

4. Arbitragens: Nos dois jogos mais relevantes e escaldantes que já se realizaram aconteceu aquilo que eu previra. Não porque as respectivas actuações tivessem sido escandalosas (no Penafiel-Benfica talvez tenha ficado um penalti por marcar), mas porque mais do que jogar todos se preocupam em pressionar as arbitragens... eu incluído. Os árbitros mas principalmente o conselho de arbitragem têm uma dose de leão de culpa neste aspecto. Os árbitros, porque as actuações que os vemos fazer são tão sofríveis que não inspiram confiança a nenhum adepto. O conselho de arbitragem porque numa fase crítica da Superliga não nomeia os melhores árbitros para os jogos mais transcendentes. As desculpas e insinuações de José Couceiro são absurdas, tal como o são as mais do que indirectas de Filipe Vieira e as obtusas análises de Dias da Cunha. Mas será a pressão prejudicial à arbitragem? Acho que sim... mas só para árbitros fracos e influenciáveis.
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Foto: Público

# Artigo de Aníbal Letra
Publicado às 15:52


domingo, maio 08, 2005

LIVRE OPINIÃO
Adeus ao título?

O Benfica perdeu, hoje à noite, em Penafiel... E depois? Ou melhor, não seria de estranhar? Temos aquele que é, se calhar, o treinador com maior curriculo do mundo. Temos jogadores de selecção. Temos toda uma massa adepta fiel e fervorosa que sofre, sente e respira vermelho a cada semana que passa. Temos os corpos, no terreno, a trocarem a bola entre si... mas as respectivas cabeças que os deviam acompanhar... não estão lá! Sim, porque já lá vão semanas (muitas) desde que me lembro da última exibição Benfiquista condizente com os seus altos pergaminhos..

É verdade que, daquilo que vi do jogo de hoje, pareceu-me que o Benfica foi claramente prejudicado pela arbitragem. A agressão a Petit e o penalty sobre Simão são alguns exemplos. Mas isso nunca pode servir de desculpa. A sorte conquista-se, não se procura. E se, numa perspectiva mais radical se puder (e quiser) afirmar que até foi bem feita, tendo em conta os benefícios de jornadas anteriores, eu prefiro dizer que, se a sorte sorriu aos da Luz em jornadas anteriores, não foi conquistada nesta, por evidente e manfesta falta de classe.

E se é verdade também que a arbitragem foi manifestamente má, equipas houve, como o Sporting, que souberam dar a volta a uma má arbitragem e, através de força, paciência e perserverança, marcar uma brilhante presença na final da UEFA em Lisboa. Quem ri por último, ri melhor e José Peseiro está, concerteza, a pensar em todos os que se riram dele quando disse, no início da época, querer estar na final de Lisboa.

Mas o Benfica não. Não mostra força anímica, não mostra classe e, acima de tudo, não mostra eficácia que materialize o ascendente que tem sobre o adversário nos primeiros momentos de jogo. Depois, inevitavelmente, esvazia-se como um balão de hélio e os resultados são os que se têm visto. Um exemplo que reflecte bem esta realidade chama-se Nuno Assis, que fez dois ou três jogos bons e depois... esvaziou-se para nunca mais se ver! Quase que me faz ter saudades de Zahovic, com o seu futebol ultra-pastelão, embora tremendamente cerebral.

Ou seja, com a sua exibição amorfa e morta de ontem, o Benfica perdeu ontem a justiça de ser campeão. Só o será se o Porto de Couceiro se continuar a arrastar pelos campos onde joga ou se o Sporting de Peseiro continuar a guardar-se para a tão ansiada final da UEFA. Por outro lado, e como é esperado, se o Porto ganhar hoje ao Moreirense, pode ficar á espera que um moralizado Sporting ganhe aos da Luz para, assim, desferir uma estocada com requintes "assassinos" e atirar com o Benfica para a 3ª posição, tendo o Braga nos calcanhares a ambicionar o último posto para a Liga dos Campeões...

Durante a época toda, o Benfica viveu acima das suas possibilidades, um pouco à custa do demérito dos adversários. Agora, vê a sua vantagem esfumar-se por demérito próprio e se não ganhar aos leões pode ver chegar o fim de um ciclo.

Porque a paciência dos adeptos tem limites. Como se viu este fim de semana. Da pior forma, mas viu-se. Espero que Luís Filipe Vieira tenha tenha visto...

# Artigo de EV
Publicado às 13:55



SUPERLIGA
Penafiel derrota apático Benfica

Penafiel Penafiel 1-0 Benfica Benfica
(N'Doye 60')

Como eu receava, o Benfica não soube gerir a pressão que havia, não soube ter cabeça quando era necessário, e não mostrou um quinto da atitude que era precisa para um jogo destes! Quando assim é, a derrota assenta que nem uma luva... O Penafiel ganhou o jogo com justiça e confirmou toda a qualidade que lhe era creditada; também Luís Castro se assume como o treinador-revelação da Superliga e um dos melhores portugueses.

O Benfica iniciou o jogo com três caras novas em relação ao onze do jogo com o Belenenses: André Luís substituiu o castigado Luisão, Bruno Aguiar "fez" de Manuel Fernandes - que teve uma indisposição antes da partida - e Karadas rendeu o lesionado Nuno Gomes. Na equipa do Penafiel, o central Kelly voltou à equipa após cumprir jogo de castigo. Luís Castro, pensando que o Benfica alinharia com uma dupla de avançados, colocou 3 centrais de ínício - além do já citado Kelly, jogaram Odair e Welington -, tendo reajustado depois a sua táctica defensiva.

O jogo começou com um minuto em homenagem ao falecido Jorge Perestrelo. Os 60 segundos de silêncio foram, e parece que a (triste) moda veio para ficar, substituídos por palmas... No Estádio 25 de Abril, cerca de 9 mil espectadores praticamente lotavam o recinto penafidelense.

O Benfica começou o jogo sereno e a trocar bem a bola, embora sem nunca fazer perigar a baliza à guarda de Nuno Santos. O primeiro remate surgiu à passagem do quarto-de-hora: depois de uma cavalgada de Geovanni, Nuno Assis atirou para a bancada amovível, que foi colocado propositadamente para este encontro. Alguns minutos volvidos e novamente Nuno Assis a rematar, de longe, por cima. O Benfica não tinha soluções atacantes e Karadas foi uma presa fácil para os concentrados centrais do Penafiel.
Perto da meia-hora, por duas ocasiões N'Doye cheirou o golo: primeiro, Wesley isola o senegalês que, fruto de uma má recepção, perde uma boa oportunidade de marcar e, depois, Clayton deixaria N'Doye no frente a frente com Quim, não fosse a excelente antecipação de Miguel. O conjunto penafidelense ia melhorando e aos 36' Wesley rematou para uma boa defesa de Quim. Na resposta, Simão criou a melhor oportunidade de golo do Benfica: o extremo encarnado desenvencilhou-se bem do defesa, flectiu para o meio mas rematou à figura de Nuno Santos, quando tudo apontava para que surgisse o golo benfiquista. Até ao intervalo, apenas de registar dois remates de longa distância de Geovanni - para a bancada - e Petit - à figura do guarda-redes.

Chegou o intervalo e o resultado era justo, tendo em conta a fraca produção ofensiva de ambos os conjuntos. O Benfica foi demasiado prudente e o Penafiel revelou-se eficaz nas marcações defensivas. Para o tempo complementar, Trap fez entrar Mantorras para o lugar de Karadas que, e ninguém esperaria o contrário, realizou uma péssima exibição - lento, faltoso, tosco, enfim...

O Penafiel entrou no segundo tempo mais dominador e com boa circulação de bola. Vendo a apatia da equipa, Trap lançou Delibasic para o lugar de Nuno Assis - mais uma má exibição - ao minuto 52. O Benfica ganhou maior profundidade atacante e melhorou o seu jogo. Mal entrou, o sérvio viu ser-lhe erradamente assinalado um fora-de-jogo quando partia isolado para a baliza - esteve mal o auxiliar de Pedro Proença. Aos 56', Simão centra para André Luís que cabeceou por cima, numa boa oportunidade de golo. E quando parecia que o Benfica podia tomar conta do jogo para não mais o largar, um venenoso contra-ataque penafidelense gelou o coração da nação benfiquista: numa desatenção da defesa encarnada, Clayton assiste N'Doye que, calmamente, atirou para o um a zero. O Benfica sentiu o golo e, três minutos depois, Wesley rematou ao poste da baliza de Quim.
Aos 68', o treinador benfiquista esgotou as substituições, fazendo entrar Carlitos por Geovanni. E foi o jovem sub-21 que, aos 70', cruzou contra o braço de Odair, provocando uma grande penalidade. Parece-me clara a infracção mas o árbitro assim não entendeu. Carlitos trouxe alguma vivacidade ao ataque e, aos 73', desperdiçou uma soberana ocasião quando, em excelente posição, cabeceia por cima da baliza penafidelense. No minuto seguinte, o brasileiro Wesley agride Petit mesmo em frente ao juiz da partida que nem amarelo mostrou - e o número 10 já tinha visto um... Pouco depois, Carlitos passa por dois adversários mas remata de forma defeituosa ao lado. O Benfica ia atacando mas as jogadas eram inconsequentes e a equipa parecia desunida e descrente. Aos 80', Wesley - grande exibição - faz um túnel a Bruno Aguiar mas viu o seu remate ser intersectado por um dos centrais encarnados. Mesmo no último suspiro da partida, Simão cai dentro da área penafidelense; o capitão do Benfica foi empurrado por N'Doye e parece-me ser algo mais que uma carga de ombro. O jogo acabou logo a seguir, depois de Odair ter sido atingido por um objecto proveniente da bancada benfiquista - triste fim para um pobre espectáculo.

Quanto à arbitragem de Pedro Proença, esta prejudicou o Benfica - inversamente ao que sucedera em jornadas anteriores. Ficaram duas grandes penalidades por marcar - se bem que o derrube de N'Doye sobre Simão seja duvidoso e subjectivo - e o Penafiel deveria ter jogado o último quarto-de-hora apenas com 10, por expulsão de Wesley. Quanto ao lance entre Geovanni e Welington na 1ª parte, não me parece haver falta e o 11 encarnado tentou aproveitar-se da situação. Foi, portanto, uma má performance de Pedro Proença e seus pares - que ainda ajuizaram mal um ou dois foras-de-jogo a avançados benfiquistas -, o que não invalida nem desculpa a medíocre exibição do Benfica por terras durienses.
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Melhor em Campo para o 'Livre Indirecto':

N'Doye - Esta é daquelas nomeações fáceis de fazer. N'Doye destacou-se dos demais e foi a melhor unidade no relvado do 25 de Abril. Não só pelo golo que marcou mas por tudo o que jogou ao longo dos 90 minutos. O africano sacou faltas atrás de faltas, levou os adversários ao desespero com a sua notável cobertura de bola e técnica refinada, foi sempre uma gazela quando se tratava de sair para o contra-ataque, enfim, encheu o campo! É, definitivamente, jogador para outros palcos.
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Posto este desaire, o Benfica - que mantém os mesmo 61 pontos - hipotecou as hipóteses que tinha de chegar ao derby lisboeta no primeiro lugar. O Sporting pode, segunda-feira, igualar os encarnados, dispondo a equipa leonina de vantagem no confronto directo com o clube rival. Quanto ao Penafiel, passa a contar com 40 pontos e ascende provisoriamente ao 10º lugar. Na próxima jornada há uma viagem à Madeira para defrontar o Nacional.

# Artigo de Carlos
Publicado às 00:08


sábado, maio 07, 2005

SUPERLIGA
Sp.Braga vence no Bessa

Wender em luta com Hugo Almeida. O Sp.Braga venceu no Bessa.
Foto: Público

Boavista 1-2 Sp.Braga
(Guga, 78'; João Tomás, 21', 36')

O Braga venceu o Boavista por duas bolas a uma, regressando assim às vitórias depois da derrota frente ao Sporting e infligindo a terceira derrota caseira ao clube da cidade do Porto.

Na estreia de Pedro Barny no comando técnico dos axadrezados, a figura de cartaz foi o ponta-de-lança João Tomás. O arsenalista afirma-se cada vez mais como o melhor marcador português da SuperLiga, somando já 14 golos na prova. Neste fim de tarde, João Tomás apontou mais dois golos. O primeiro aos 21 minutos, correspondendo da melhor maneira a um cruzamento de Jorge Luiz. O segundo chegou quinze minutos depois, após igual solicitação de Cândido Costa. A perder por dois golos, o Boavista ainda podia ter sofrido o terceiro golo num pontapé livre de Wender, que Carlos defendeu para canto - em grande estilo.

No segundo tempo, o novo técnico dos boavisteiros tentou mudar o rumo dos acontecimentos, fazendo entrar Toñito e Cafú. Todavia, os bracarenses continuavam tremendamente eficazes e criavam perigo sempre que desciam à área contrária - Wender voltou a estar perto do terceiro. O Boavista apenas respondia com tímidas iniciativas, como foram o caso os remates de Tiago e do espanhol Toñito.
Porém, a doze minutos do final, os homens da casa marcaram mesmo. Guga, na transformação de uma grande penalidade, reduziu a desvantagem. Motivados na esperança de ainda lograr a igualdade, os boavisteiros ainda pressionar nos minutos subsequentes. No entanto, seriam os comandados de Jesualdo a desperdiçar a melhor oportunidade da partida, com o jovem Filipe - agradável surpresa - a isolar-se e a rematar contra as pernas de Carlos.

Face a este resultado, o Sp.Braga garante matematicamente a presença na Taça UEFA da próxima temporada, continua ainda na luta por um lugar na Liga dos Campeões e, novamente com a matemática "à perna", ainda tem hipóteses virtuais de chegar ao título. Com esta vitória, os arsenalistas deram ainda uma grande ajuda ao seu velho-rival, V.Guimarães - adversário directo dos axadrezados. O Boavista continuou a marcar passo e terá de se levantar já na próxima semana, quando defrontar o grande adversário na luta pela Europa no Afonso Henriques.

# Artigo de Da Rocha
Publicado às 23:12


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