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sábado, outubro 15, 2005

LIGA PORTUGUESA
Nuno Gomes satisfaz duas vezes

| 14 anos depois, Benfica vence no reduto do rival

FC Porto 0-2 Benfica
(Nuno Gomes, 56', 63')

» LIGA BETANDWIN.COM | 7ª Jornada
| Estádio do Dragão, no Porto
| Lucílio Baptista (AF Setúbal)

Magnífico o ambiente que se viveu hoje no Estádio do Dragão antes e durante o jogo entre Porto e Benfica. O estádio vestiu-se de azul para aquele jogo em que os adeptos portistas esperavam deixar o Benfica a 7 pontos, enquanto que os benfiquistas apostavam em mais uma fase de recuperação.

Porto e Benfica entraram em campo com dispositivos tácticos diferentes.
O Porto apresentou um esquema mais ofensivo onde, na frente, McCarthy era municiado por Lisandro e Alan nas alas e Jorginho nas suas costas.
Por seu turno, o Benfica de Koeman apresentou um esquema algo dúbio que suscitava algumas dúvidas. Com Karagounis a titular criou-se a expectativa de saber onde jogaria exactamente – mais no miolo do terreno com Manuel Fernandes e Petit ou ligeiramente descaído para a ala direita.

A decisão do jogo poderia estar aqui. Um Porto de Adriaanse mais ofensivo perante um Benfica de Koeman que pretendia aproveitar a rapidez de Miccoli e Simão como apoios de Nuno Gomes. No entanto, Bosingwa e César Peixoto assumiam tarefas fundamentais na resolução do jogo. Ao subirem bastante, teriam a oportunidade de arrastar consigo Simão e Miccoli (ou Karagounis), manietando assim Nuno Gomes na frente.

O ascendente inicial de jogo pertenceu ao Futebol Clube do Porto, preferindo o Benfica surpreender o adversário com jogadas de ataque rápido solicitando Simão e Miccoli na frente. Contudo, o esquema de Koeman sofreu um revés à passagem do minuto 13 com a lesão de Miccoli. Obrigado a substituir o italiano, optou por fazer entrar Geovanni para a direita do ataque. Assim, Karagounis ocupava agora definitivamente uma zona mais central do terreno. O Benfica perdia assim a polivalência de um jogador que permitia gerar um maior à-vontade em Nuno Gomes.

Dez minutos depois, seria a vez de Adriaanse mudar o seu esquema. Lisandro Lopez sofreu uma entrada dura de Karagounis e teve que sair do jogo para dar lugar a Diego. O que mudou? Diego foi ocupar o espaço central do terreno, fazendo Jorginho derivar mais para a direita do ataque. O problema é que Jorginho não é Lisandro. A aposta nas alas em Alan e Lisandro não fazia mais sentido com a derivação de Jorginho para a direita. Assim, se Jorginho na direita permite ao Porto uma maior hibriedade de movimentos, também liberta um pouco Simão de trabalhos defensivos, já que as investidas de Bosingwa eram mais facilmente resolucionadas por Léo. Mesmo que Jorginho e Bosingwa pisassem aquela zona do terreno, seria Manuel Fernandes ou Petit a acompanhá-lo, flectindo Simão para o miolo do terreno compensando assim a tentativa de desequilíbrio portista.

Perante esta mudança, o Porto sentiu algumas dificuldades e permitiu ao Benfica começar a sacudir a pressão e assediar a baliza de Baía com mais perigo. E foi assim que Simão protagonizou a primeira jogada de grande perigo quando, sozinho ao segundo poste, cabeceou ao lado do poste direito de Baía após cruzamento de Nelson.
O Porto respondeu e poderia mesmo ter marcado por intermédio de McCarthy, contudo Quim saiu-se na perfeição, cobriu o ângulo da sua baliza e defendeu o remate do sul-africano com os pés.

Chegado ao intervalo, ambos os treinadores iam com dores de cabeça. No Porto, até que ponto não seria mais correcto fazer entrar Hugo Almeida para o lugar de Alan e apostar num 4x4x2 tradicional? Do lado do Benfica, o problema era a admoestação de dois jogadores que actuam numa fase crítica do terreno – Karagounis e Manuel Fernandes.

Na segunda parte, o Porto entrou bastante mais pressionante e não oferecia quaisquer veleidades ofensivas ao Benfica. Apercebendo-se disso, Koeman faz entrar o russo Karyaka para o lugar do grego Karagounis. Karyaka pisaria terrenos mais avançados e tentaria libertar o Benfica da pressão que havia sofrido.

A substituição não poderia ter surtido melhor efeito, já que ao minuto 56’, contra a corrente do jogo, Nuno Gomes responderia da melhor forma a um cruzamento de Nelson. O cabeceamento de Nuno Gomes só parou no fundo da baliza de Baía e deixou o Estádio do Dragão boquiaberto, exceptuando os poucos milhares de adeptos que o Benfica levou consigo para a cidade Invicta.

Com o Porto a perder, a expectativa era muita para saber como Adriaanse reagiria à desvantagem perante um adversário directo. Após o golo, Quaresma e Hugo Almeida saltaram do banco. Numa altura que Quaresma preparava-se já para entrar, Nuno Gomes dilataria a vantagem da turma da Luz. Geovanni ganhou espaço na direita e cruzou rasteiro para Nuno Gomes rematar pela segunda vez em nove minutos para o fundo das redes portistas, aproveitando ainda um deslize de Ricardo Costa.

Na resposta, Adriaanse lançou imediatamente Quaresma para o lugar de Lucho. O Porto apostava então num 4x3x3 muito ofensivo. Ibson, Jorginho e Diego municiavam Quaresma, Alan e McCarthy.

A 20 minutos do fim do jogo, Adriaanse esgotou as substituições ao fazer entrar Hugo Almeida para o lugar de Alan. O Porto apostava tudo, mas o Benfica controlava bem o rumo dos acontecimentos, fechando bem os espaços na defesa e tentando aproveitar todas as oportunidades de lançar ataques rápidos que pudessem “matar” definitivamente o jogo.

Perante a impotência dos jogadores em virar o rumo dos acontecimentos, aos 82 minutos, Bruno Alves perdeu a cabeça e entrou a matar numa jogada com Nuno Gomes num lance que, por si só, merecia a expulsão mas, como se não bastasse cabeceou Nuno Gomes depois de este se levantar. Após a expulsão, os adeptos portistas revoltaram-se e brindaram Adriaanse com “lenços brancos”.

Até ao final da partida, voltou a verificar-se igualdade numérica dentro de campo com a expulsão de Léo por acumulação de amarelos.

Lucílio Baptista rubricou uma exibição bastante satisfatória sem erros de palmatória. Esteve bem ao expulsar Bruno Alves e Léo e conseguiu ter sempre o jogo controlado.

Destaque final para duas situações. Primeiro, é de louvar a forma como o Benfica se apresentou no Dragão. A forma desinibida e sem medo em nada se compara com os jogos do final da década de 90 e princípio do novo século nos habituaram.
Por último, Adriaanse terá obrigatoriamente que se adaptar ao futebol português. O futebol do Porto é atractivo e bastante ofensivo mas não se coaduna com as necessidades actuais de uma equipa de alta competição com objectivos tão elevados. Nos quatro jogos mais importantes do ano, o Porto não ganhou um. Perdeu na Escócia com o Rangers, em casa com o Artmedia, empatou em Braga e perdeu com o Benfica em casa. Até quando Adriaanse manterá esta filosofia?

| Melhor em campo para o 'Livre Indirecto':

Nuno Gomes - Quem mais poderia ser? Em sete minutos resolveu o jogo. Nuno Gomes parece mesmo estar de volta aos momentos que o celebrizaram antes da saída para Itália e leva já sete golos no campeonato.

Artigo de Rui Silva
Publicado às 23:00


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