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sexta-feira, novembro 25, 2005

LIVRE OPINIÃO
Tempo Livre #5

» A suposta batalha pela competitividade

Algo está mal no futebol português, nomeadamente na mentalidade do adepto português. Nos anos da grande hegemonia portista que culminou com a conquista do pentacampeonato com Fernando Santos, alertava-se para a falta de competitividade do panorama nacional, que levou inclusivé Sir Alex Ferguson a dizer, em 2004, que nos anos 90 o Porto "comprava campeonatos no supermercado". Por tudo isto, em 2000, quando o Sporting conquistou o título, a vitória foi celebrada não só pelos sportinguistas sedentos de novas vitórias após o jejum, bem como pela generalidade dos clubes em Portugal que encaravam esse campeonato como o ponto de viragem do futebol português, com maior competitividade e que, a pouco e pouco, os pequenos conseguissem começar a bater o pé aos grandes. Esta ideia era partilhada pelos adeptos de Porto, Benfica e Sporting.
Nem de propósito, o Boavista foi campeão no ano seguinte. Jaime Pacheco moldou uma equipa ao seu estilo e logrou alcançar um título que há decadas conhecia apenas três nomes.
A verdade é que, após esta vitória, o Boavista sofreu na pele o facto de ter subido ao Monte Olimpo. Começou a ser visto por um alvo a abater por todos e as suas derrotas a serem festejadas pelos adversários. O futebol já não era directo e com efeitos práticos, mas sim um futebol "sarrafeiro" e feio.

A saga da luta pela competitividade continuou alcançando grande destaque na época passada, naquela que foi aclamada como a que consagrou o campeão mais fraco de sempre. A competitividade chegou, mas segundo os peritos na matéria, foi causada pelo enfraquecimento dos grandes e não pela melhoria dos pequenos. Um Porto com três treinadores, um Benfica a jogar um futebol pouco atraente e um Sporting com uma irregularidade tremenda, levaram à consagração do Sporting de Braga como uma equipa em nítido crescimento.
Nesta época, o Braga continua o seu crescimento e é líder isolado com dois pontos de avanço sobre Porto e... Nacional e com seis sobre Sporting e... Vitória de Setúbal.
O que diz o perito que aclama pela competitividade? Os grandes é que estão a perder pontos. Ou pior ainda, o Braga não tem estofo... mais cedo ou mais tarde vão começar a perder pontos.

Analisando brevemente, o adepto do grande aclama pela competitividade mas não está preparada para ela. O que se diria se uma equipa que se chamasse "Benfica", "Porto" ou "Sporting" estivesse em primeiro lugar isolado e apenas tivesse perdido na Madeira (frente a um Marítimo de Bonamigo em crescimento), empatado na Amadora e em casa com o Porto? Ou seja, 11 jogos com apenas 7 pontos perdidos. Não estaria este grande a fazer um excelente registo?
Para o adepto simplista não. Porque é o Braga. Porque não é um grande, porque não tem estofo, porque tudo e mais alguma coisa. Porque o calendário que se avizinha é complicado. Estará melhor o Porto com empates com Setúbal em casa, Braga fora, Marítimo fora e derrota em casa com Benfica? Ou mesmo Benfica com derrotas em Alvalade, Braga, em casa com Gil Vicente e empates com Rio Ave em casa, Naval e Académica fora? Ou o Sporting que perdeu com a Académica, Paços de Ferreira e Nacional, empatando no Bessa e em Barcelos?

A verdade pura e simples é que não há vencedores antecipados e, como tal, calendários teoricamente favoráveis ou desfavoráveis não passam disso mesmo. Teoria.
O Braga tem 26 pontos, está em primeiro e merece-o. O adepto que gritava pela competitividade tem de estar satisfeito. O Nacional está com 24 pontos no terceiro lugar e merece-o. O adepto que aclamava pela competitividade tem de estar satisfeito. O Vitória de Setúbal tem 20 pontos no quinto lugar, com apenas 3 golos sofridos e muitos problemas financeiros e merece-o. Mais uma vez, só satisfação para o adepto "competitivo".

Porque será então que não é isto que se vê, lê e ouve no quotidiano?
Porque será que o Braga continua a ser visto como um clube secundário que nem sequer adeptos tem, já que eles são todos benfiquistas, como se ouve dizer por aí? Será que os jogadores do Braga se interessam com isso? Será que tem menos mérito por isso?
Não quererá este adepto 34 vitórias para o seu clube e competitividade nos jogos dos seus rivais?
Braga, Nacional e Setúbal encontram-se em posições respeitáveis com cerca de um terço do campeonato disputado e merecem destaque. Muito mais que Porto, Benfica e Sporting. E é isso que se sente? Não.
É o Porto que goleou, é o Sporting de Paulo Bento que começa a entrar no eixo e o Benfica de Koeman que atravessa uma má fase.
A verdade é que Braga, Nacional e Setúbal acabam por agradecer estes esquecimentos constantes e, semana a semana, continuam a somar pontos atrás de pontos.

Os pequenos estão cada vez mais próximos dos grandes e o Braga é já uma equipa que se bate com qualquer equipa portuguesa em qualquer campo. E não foram os grandes que ficaram piores, foi o Braga que conseguiu apostar na coesão, na regularidade, na seriedade e começa a ver os primeiros resultados.

Artigo de Rui Silva
Publicado às 10:40


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