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quarta-feira, agosto 30, 2006

LIGA PORTUGUESA
Análise: Beira-Mar

» Uma equipa para Jardel?



O Beira-Mar foi um dos maiores focos mediáticos deste Verão. A contratação de Mário Jardel lançou toda uma temática relativa à possibilidade de reabilitação do goleador, bem como os benefícios que poderia trazer a uma equipa recém-promovida com o objectivo claro de garantir a manutenção. Os efeitos de marketing eram esperados, bem como uma maior atenção por parte dos media desportivos que acompanharam diariamente a evolução do brasileiro.
Algumas dúvidas foram colocadas à partida. Será Jardel capaz de recuperar a veia goleadora? De que forma pode ser produtiva num clube de menor dimensão? Como irá Augusto Inácio moldar o Beira-Mar ao estilo do avançado?

No jogo contra o Desportivo das Aves, os auri-negros surgiram com um 4x3x3, com dois alas a servirem Jardel.
Na baliza, Todor Angelov. Terceira escolha do CSKA de Sófia, Todor demonstrou grandes lacunas, especialmente de nível técnico. Pouco ágil, lento a sair dos postes e um estilo de baliza muito pouco ortodoxo.
O quarteto defensivo repete a fórmula do ano passado. Ribeiro e Tininho nas laterais com os experientes Alcaraz e Jorge Silva no miolo. No meio-campo, Diakité e Torrão surgiam mais recuados no apoio ao criativo Luciano Ratinho. Nas alas, Rui Lima e Jorge Leitão a servir Jardel.

Saber que se tem Jardel na área é tentador para qualquer jogador e, na primeira parte, precipitado ainda mais pela desvantagem no marcador, o Beira-Mar abusou dos cruzamentos longos. No entanto, as transições defesa-ataque eram mal sucedidas (vidé a perda de bola no lance do golo avense). Torrão actuava lado a lado com Diakité e uma perda de bola colocava o quarteto defensivo em apuros. Luciano Ratinho, com um estilo tipicamente brasileiro, pegava no jogo demasiado atrás e o sector atacante surgia demasiado distanciado. A grande dificuldade era então chegar ao último terço ofensivo com a bola controlada, de onde os cruzamentos seriam mais perigosos. No entanto, a equipa de Inácio não o conseguia. Não conquistava a linha, não chegava ao enfiamento da área e insistia nos cruzamentos diagonais a 30, 40 metros da área.
Perante a dificuldade, Augusto Inácio reformulou ligeiramente o sistema. Esqueceu o 4x3x3 que frutos deu a Jardel no Porto e optou por uma variante de 4x4x2 utilizado por Bölöni no Sporting. No meio-campo, Rui Lima ajudava Ratinho no desenho ofensivo, enquanto Jorge Leitão deambulava nas costas de Jardel, à imagem de JVP depois da lesão de Niculae.

No entanto, a partida esteve longe de ser um mar de rosas para os aveirenses. Mourtala Diakité demonstrou ser uma pedra essencial, à imagem do que foi no ano passado, mas a grande propensão ofensiva cria desequilíbrios defensivos que Torrão não soube remediar. Os adversários durante o ano serão bastante mais fortes do que os encontrados na Liga de Honra e a descompensação no meio-campo poderá ser prejudicial para a equipa. Neste âmbito, a integração de Emerson, um jogador com uma área de acção mais fixa, poderá ser benéfica, dando maior liberdade ao maliano.
Na baliza, Todor também poderá ser um problema. Srnicek deixou saudades e Danrlei pode e deverá ocupar o posto.
Os laterais, Ribeiro e Tininho, essenciais num esquema em que se privilegia os cruzamentos para a área, estiveram longe de ser uma peça importante no ataque da equipa. Os cruzamentos não saíram bem e Tininho, principalmente, evidenciou falhas de posicionamento.

Augusto Inácio não tem uma tarefa simples, mas insistir em Jorge Leitão como médio-ala, ainda que interior, não deverá ser uma boa solução. A mudança táctica operada por Inácio trouxe frutos e a paragem do campeonato poderá ajudar o técnico a aperfeiçoar um modelo de jogo sustentado e não demasiado dependente de Jardel.

Artigo de Rui Silva
Publicado às 00:38


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