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quarta-feira, novembro 29, 2006

LIVRES
Escolas de Formação



O futebol português nos últimos anos tem vindo a perder poder de compra e obrigatoriedade de se virar para os seus escalões de formação. As condições de norte a sul do país têm incrementado a um ritmo alucinante, com a implementação de relvados sintéticos (nem sempre da melhor qualidade) que, no entanto, comparados com os antigos pelados, repletos de lama durante grande parte da época e com a bola a saltar mais do que devia, permitem um desenvolvimento muito melhor ao jovem atleta. Além da aposta dos vários clubes, surgiram várias escolas de jogadores associadas a jogadores e técnicos de futebol. Humberto Coelho e Rui Águas foram duas das percursoras, mas actualmente alargam-se a um universo que é difícil ter noção. De Hugo Leal a Simão Sabrosa, passando por Paulo Ferreira, estas escolas propõem-se a iniciar jogadores, especialmente em idade de escolas de iniciação. Mesmo contendo jogadores com idades mais adiantadas, já de competição, normalmente estas não se conseguem integrar nos clubes que disputam as competições das associações em que se localizam.

O Sporting é, apesar de alguma discussão, a melhor escola de formação da actualidade. Já o era, a par com o Porto, antes da construção da Academia de Alcochete, mas com o lançamento último de jovens como Quaresma, Viana e Ronaldo acrescentando actualmente os jogadores que se encontram na equipa principal, assumiu a dianteira isolada. O principal ponto de diferença, mais do que as condições, tem sido a aposta nos jovens. Cristiano Ronaldo, por exemplo, pertence a uma geração que não venceu qualquer título nas camadas jovens, contudo esse factor não foi determinante.
No entanto, nem tudo são rosas no departamento leonino. A Academia, de nível fantástico desportivamente falando, acarreta alguns problemas do foro do desenvolvimento do jogador enquanto pessoa, especialmente adolescente.
A preocupação dos responsáveis leoninos em colocá-los em escolas e terem um acompanhamento frequente de um psicólogo não chegam para camuflar algumas carências que estes jovens têm. A Academia situa-se numa zona inóspita, em que num raio de vários quilómetros nada se passa.
A relação com o outro fica reduzida ao convívio escolar e pouco mais. Mesmo a convivência familiar está, na maior parte das vezes, limitada a dois fins-de-semana por mês.
O valor da Academia e formação sportinguista é indiscutível, mas esta profissão não é simples. A aposta nos jovens tem sido permanente, mas a percentagem de jovens que singram no futebol é pequena.

No Benfica, a formação tem sido encarada de forma bastante séria nos últimos dois anos. Os responsáveis do Departamento de Prospecção, comandados por Bruno Maruta, desenvolveram uma campanha única de observação de jogadores, denominada Seja o novo olheiro do Benfica. Resumidamente, esta campanha dá a possibilidade a qualquer pessoa de ver jogos das camadas jovens e indicar ao clube aqueles que considere ser de valor razoável para ingressar no Benfica. De seguida, os mesmos jogadores serão observados por outras pessoas e, se o interesse se mantiver, será formalmente indicado. Esta estrutura de prospecção do Benfica é incomparavelmente maior que as do Sporting e Porto, tendo inclusivé levado a uma reunião de urgência na formação sportinguista no princípio da época passada para avaliar a estratégia do rival, mas possui também uma grande lacuna, ou seja, a qualificação dos seus observadores.
A grande percentagem de observadores são pessoas, benfiquistas, que querem ajudar o seu clube mas que, apesar de acompanharem com frequência equipas das camadas jovens, não estão suficientemente qualificados para avaliar correctamente a qualidade de um jogador, quer por não ter experiência, quer por não ter noção da qualidade que um jovem deve possuir.
Isto faz com que o número de jogadores indicados seja bastante elevado, relacionado quase sempre com aqueles que mais se evidenciaram durante o jogo. O Benfica tenta remediar este excesso com uma hierarquia, em que antes de ser apontado, o jogador terá que ter o consenso de vários observadores.
Tendo uma base de jogadores incomparavelmente maior, o número tão elevado poderá ser contraproducente. Aspecto que só poderá ser comprovado nos próximos anos.

O Porto é a escola de formação que menos conhecimento possuo. Sendo dos três grandes, aquele que mais a norte se situa, tem a vantagem de ter uma área de atracção bastante maior do que a divisão que Sporting e Benfica se sujeitam. Apesar da concorrência de outras boas escolhas de formação, o Porto é a equipa da zona norte do país com melhores resultados.
O único dado que tenho, curioso e bastante esclarecedor do que se passa no Porto, é o comunicado que se encontrava afixado em Junho do ano passado no Olival.
Assinado por Pinto da Costa, o comunicado alertava para a impossibilidade de qualquer treinador, seja ele qual fosse, de dispensar um jogador sem o conhecimento de Pinto da Costa.
O presidente portista afirmava peremptoriamente que a decisão de dispensa teria de passar por ele e, se não concordasse com a opção do treinador, ele próprio contrataria um treinador para trabalhar com estes jovens.

Artigo de Rui Silva
Publicado às 16:21


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