Foto AFP

+ Os últimos anos deram a Cadel Evans a fama de ser o candidato às grandes vitórias que se fica sempre pelo quase; de ser o eterno derrotado; de não atacar nos grandes momentos; de procurar desculpas externas para as suas próprias falhas. Hoje, Cadel Evans entrou finalmente no panteão dos grandes vencedores: na prova de estrada dos Campeonatos do Mundo em Mendrisio (Suíça), o australiano atacou nos quilómetros finais e seguiu sozinho até à meta, rumo à camisola arco-íris. Numa época marcada pela má prestação no Tour e pelo pódio com sabor a derrota na Vuelta, o triunfo de hoje constitui não só uma resposta aos seus maiores detractores como também a recompensa merecida para um ciclista de grande qualidade.

+ A ladear Cadel Evans no pódio estiveram Alexandr Kolobnev (Rússia) e Joaquin Rodriguez (Espanha), com Fabian Cancellara, quinto classificado, a falhar a desejada dobradinha. O suíço, que vencera a prova de contra-relógio, lutou até ao fim mas viu-se desapoiado na perseguição ao trio da frente na última volta da prova. Quanto aos portugueses, André Cardoso foi o melhor classificado, na 17ª posição, à frente de Sérgio Paulinho (34º) e Rui Costa (69º) - num percurso duro em que metade dos ciclistas desistiram antes do final, acaba por ser um resultado satisfatório para a equipa nacional. Contudo, a estrela da prestação portuguesa foi mesmo Nelson Oliveira, que arrecadou a medalha de prata na prova de contra-relógio sub-23.